Camus e o Brasil
Sem nenhuma dúvida, a França é berço de grandes e famosos escritores, responsáveis por obras-primas da literatura, caso de Victor Hugo, Flaubert, Balzac, Proust, Stendhal, Anatole France, Sarte, Simone de Bouvoir, Sartre,Malraux, Alexandre Dumas... E, claro, o franco-argelino Albert Camus autor de dois romances extraordinários, "A Peste" e "O Estrangeiro".
Recentemente a Record lançou o livro "Camus, o Viajante, antologia dos textos de Albert Camus sobre o Brasil". São as impressões dele sobre o nosso patropi que visitou em 1949. Ele esteve no Rio, São Paulo, Porto Alegre, Salvador, Recife e Olinda.
Uma das suas impressões:
"É o país da indiferença e da exaltação. Não adianta o arranha-céu, ele ainda não conseguiu vencer o espírito da floresta, a imensidão da melancolia. São os sambas, os verdadeiros, que expirmem melhor o que quero dizer".
Só em 1957ele ganhou o prêmio Nobel, mas na época dessa visita ao Brasil já era um dos grandes escritores da França. Interessante o que disse sobre o Rio: "O Pão de Açúcar com quatro luzes no seu topo, e no mais alto cume da montanha, que parecem esmagar a cidade, um imensoe lamentável Cristo iluminado".
Parece,ao que tudo indica, que ele gostou mais do Recife e de Olinda (e de Salvador). Disse: "Acapela dourada, em especial, é agradável. Os azulejos aqui estão perfeitamente conservados... Admiro a cidade antiga, as casinhas vermelhas, azuis e o ar, as ruas calçadas com grandes pedras pontiagudas". Mais: "Positivamente gosto do Recife, Florença dos Trópicos". Ficou encantado com o bumba-meu-boi. Dsse: "um espetáculo extraordinário". Em Salvador disse que preferia a Baía de Todos os Santos à Baía da Guanabara. E falou sobre Caymmi: : "Depois do jantar, Kaimi (Caymmi) um negro que compõe e escreve todos os sambas que canta, vem cantar co seu violão. São as canções mais tristes e mais comoventes. Omar, o amor, a saudade da Bahia. Pouco a pouco, todos cantam e veem-se um negro, um deputado, um professor de faculdade e um tabelião cantarem esses sambas, em coro, , uma graça muito natural. Totalmente reduzido".
São apenas impressões dele. Sinceras, concordemos ou não. Mas deviam ter levado Camus para ver as cidades antigas de Minas e o Amazonas.
No mais, li apenas os dois grandes romances dele, que achei ótimos. Mas naodiria que é o Pelé das letras, Diria que é um Zidan, seu conterâneo e grande craque. Quase Pelés franceses sao Flaubert, Balzac, Sthendal e Maraux. Devo ter dito uma besteira. Inté. .