Oceano pacífico de amar

Nasci gente. E gente faz respiração aeróbica. Aprendi, acho que instintivamente que não podia viver debaixo d`Água.

Se à margem das águas vez ou outra sentia falta de ar, imagina só sob às águas! Assim sempre me aterrorizou a ideia de afogamento.

Me disseram que sou terra, signo de terra e que me conforto com a solidez. Essa fala me fez bastante sentido, me trouxe conforto, coisa aprazível de se ouvir e não que creia em horóscopo, porque horóscopo é coisa de céus e disso pouco sei também. Nasci gente, lembra?!, e gente só "vezemquando" é que voa, e mais raramente ainda interpreta os céus. Mas fez sentido e gosto das coisas que fazem sentido, nessas acredito.

Em minha mansidão e conforto, sem muito me mover, ainda que como terra às vezes tremesse um pouco, fui interpelada por um tsunami de águas claras e fui imersa por você. Primeiro fui seduzida pela imensidão de suas ondas se aproximando, depois entrei em pânico e tive muito, muito medo de me afogar.

Você e suas muitas águas passando por cima de mim com uma potestade a que não pude resistir, me senti arrastar e não entendi como eu que nunca pude nadar por muito tempo sem cansar, agora mergulhada constantemente em sua presença não experimente nenhuma fadiga, antes pelo contrário ganhe a cada dia mais vigor.

Misteriosamente relaxei e quando puxo agora o ar, trago você pra dentro dos meus pulmões. E você me oxigena. Será você a misteriosa cidade perdida de Atlântida?

Abro a boca e você me invade goela adentro, me alimentando e nutrindo.

Se tento me mover, então flutuo em você.

Nasci gente, mas me tornei peixe. Gente peixe, concluo que agora tenho forma anfíbia.

Descobri que o universo agora é infindo oceano.

Um Oceano Pacífico de amor que batizei com seu nome e que agora chamo de lar.

Ingrid Fernandes
Enviado por Ingrid Fernandes em 18/09/2019
Reeditado em 18/09/2019
Código do texto: T6748009
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