O HOMEM, ESSE SER DESPREZÍVEL.

É blasfêmia, como nominam as línguas, encerrar e imunizar o homem como um ser superior diante daqueles seres que se movimentam pelo instinto, sem inteligência para discernir, distinguir, estabelecer diferenças. O instinto se guia pela natureza, sem maldades, por força de sobrevivência, e só. Já é uma superioridade, mover-se exclusivamente pela natureza, ela é limpa. Não existem nódoas, reservas de sentimentos menores, agruras de ressentimentos, ódios, indiferenças, humilhações, subjugação.

Acreditado em sua criação, o Primeiro Movimento, O Ser Superior, Deus, mandou a criatura se movimentar segundo as escolhas, dotou-o de inteligência, pensamento criativo, e mesmo que ficto, desenhou a escolha em Jardim de Maravilhas, o Éden.

E a escolha vem se fazendo em calamidades sequenciais, começando pela inveja fratricida, inveja hoje de várias modalidades, até engano determinado, relações incestuosas.

E estabeleceu-se uma ficção em regras formuladas; O ESTADO DE DIREITO.

E ecoou para o mundo póstero, direitos, manutenção de um estado onde os direitos eram respeitados, regras de conduta, sancionadas suas violações. O mundo caminharia sob essas balizas perfeitas que trariam a harmonia para todos, pois todos teriam respeito pelos direitos, uns dos outros.

Em minha vida, onde escrevo e falo, palestro ou dei aula, abstenho-me de falar nessa ficção; Estado de Direito. Principalmente como realizado ou implementado.

O maior romanista de todos os tempos, Rudolf Von Ihering, lecionava, “o direito existe para realizar-se”. E se não há realização ingressamos na vontade ficcional.

Edmond Picard, um gênio das ciências, que achando tudo simples para entendimento, da botânica que era mestre à entomologia onde era cátedra maior, esgotado de simplicidades para entendimento, como dizia, abraçou a ciência do direito que entendia a mais complexa. Foi um dos maiores juristas de todos os tempos, e nos deixou “O Direito Puro”, obra inigualável de seus escólios. E identificou na coerção seu aspecto fundamental, pois de todas as ciências conhecia-se o eixo, mas ninguém destacava o fator basilar, a engrenagem fundamental do Direito como ciência. E apontou a coerção para distinguir o direito como se distingue o elefante pela tromba, afirmava. O Direito é "o mais justo aliado ao mais belo”, ressaltou; aí está o parâmetro da feitura de justiça.

Coerção. Resolveu-se ao correr das eras e das normas a realização do direito pela coerção, obrigação sob ameaça punitiva se descumprida? NÃO!

Destaca-se com mais vigor de repulsa a não realização pregada por Rudolf Ihering como indispensável para existir o direito, pois os definidores das normas por representação popular são os primeiros a desobedecê-las. Miséria das misérias...

Estado de Direito...ignomínia.

Onde e quando existiu para desembocar em JUSTIÇA?

Cristo perguntado em seu julgamento o que era a verdade silenciou. Veio dar testemunho para o mundo da posteridade da REALIZAÇÃO DE JUSTIÇA, a mesma que hoje e sempre foi e é negada de forma absolutamente excludente, sem qualquer ponderabilidade, mesmo assentadas as normas do imaginário Estado de Direito, nas eras e nos tempos, do qual devia promanar.

Nossa espécie passará rapidamente, afirmou Claude Levy Strauss, um dos maiores gigantes da antropologia. E não se conhecerá Estado de Direito, digo eu. Traduza-se que se passará pela barbárie sem conhecer a civilização. Como ele mesmo deixava conceituado.

Essa justiça pelo Cristo proclamada é desdenhada por todos nos dias de hoje, e deixará poucos vestígios de sua passagem. E os grandes órgãos mundiais se reúnem e discutem esses “Estados de Direitos” vigorando no mundo. Para quê? Para nada. POIS NÃO VIGORAM EFETIVAMENTE, NUNCA VIGORARAM.

E quantos estão preocupados com suas verdades que esgotam a verdade de todos? E quantos deixam de viver um sopro de vida nessa passagem rápida, preocupados com coisas menores sem usufruírem da fonte do amor, única que nos invade de alegria e de paz e traria a justiça das normas de um Estado de Direito ficto?

Como disse o grande Benjamin Franklin , "É falta de educação calar um idiota e crueldade deixá-lo prosseguir". E os idiotas prosseguem alardeando o mal e suas sequelas, e têm a coragem de por vezes rotular de direitos humanos suas tolices.

O pretenso monopólio da verdade fez escola propalada na atualidade com arrogância. As teorias de Estado, geraram as guerras, “frias” ou motivadas, sempre lastreadas na ausência de razão e das liberdades. É como embate entre criacionistas e evolucionistas, nada podem provar, não existem resultados. É o mesmo caminho no curso da desarmonia social, alguns levam consigo a fé em dias melhores, outros nada têm em sua posse a demonstrar. É como a dúvida que fez agnósticos como Kant e Darwin reconhecerem uma Suprema Energia, restando na dúvida suas teses, assim também é a meta inatingível de ilhas de paz no Planeta Terra. A desordem continua, senão econômica, física nos enfrentamentos.

Alguém ou alguns ainda pretendem exclusivas suas crenças ideológicas, na subida infrene da montanha da obscuridade, arroubo da cegueira absoluta. Mas se multiplicam os ideólogos do nada, os arquitetos da frustração, as falas prometidas mimetizadas em ficção, nunca como realidade, recusando a boa vontade. Esta a grande verdade ignorada...mas que precisa ser dita, ainda que se chame de insanos os que a dizem.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 17/09/2019
Reeditado em 18/09/2019
Código do texto: T6747086
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