BB LINS E EU

Cheguei a Lins lá pela década de setenta, vindo de Promissão. A agência era onde hoje é a biblioteca. Como trabalhava numa agência pequena, dominava todos os setores. E, assim, ficava bom tempo cobrindo ausência de colegas, sem um setor fixo. Mandavam-me, constantemente, ir ao salão de sinuca que existia bem próximo e chamar um funcionário graduado que ia tomar café e esquecia de voltar. E, assim, também continuei no prédio atual.

No novo prédio, tive sorte. Fui comissionado. Atendia o setor de empréstimo, cadastro. A minha mesa é onde fica o Gerente Adjunto Eric.

Mas como era procurado constantemente pelos clientes à procura da minha assistência jurídica, resolvi dispensar o cargo e só trabalhar seis horas. Das sete às treze. Havia outros colegas. O então subgerente, ficava de olho na hora da nossa chegada e para isso antes das sete ele já estava na agência. No prédio da ex-caixa, ao lado, morava o colega Ferrão. Da janela da sala dele, avistava a garagem do banco. Assim, quando ele via que o carro do subgerente estava lá antes da sete, ele me dava um alô. Saía correndo...

Contei essa história num boletim que a AABB editava. Alguém mandou um exemplar para o tal subgerente, já aposentado, morando em outra cidade. Ele ficou furioso e telefonou para o Ferrão dizendo-lhe barbaridades....Esse Boletim deu muito o que falar. Quando saía alguma piada não muito séria, o gerente chamava o João Carlos, presidente da AABB e lhe passava um sermão. Certa vez, reproduziu-se suposto diálogo entre duas funcionárias. Um diz: -Aqui na agência quem veste bem é o KK...

A outra replica: E depressa...Ele ficou sem falar com a gente por um bom tempo....Bons tempos: havia a cantina da AABB onde se podia saborear um delicioso lanche preparado pela Eva; sala do aposentado: era atendido antes do início do expediente.

Mas há história também triste que marcou a gente de maneira profunda. Havia uma colega japonesinha simpática, querida por todos...Saí por esse Brasil afora e só fui saber dela por intermédio de noticiário de jornal, quando já aposentado e ela também.

Morava só com a mãe. Certo dia, surtou, matou a mãe e se suicidou...

Yoshikuni
Enviado por Yoshikuni em 17/09/2019
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