A ILUSÃO DE NÃO CONHECER PESSOALMENTE.
Antes da Internet muitos relacionamentos começavam ou terminavam apenas através de cartas ou telefone. Os paqueradores daquela época alimentavam os romances platônicos só atavés destes meios de comunicação e quando resolviam se conhecer pessoalmente era um Deus nos acuda, ou seja, uma apreensão, um nervosismo e, finalmente, uma decepção ou frustração quando um dos dois constatava que a pessoa com quem trocava ideias e confidências não correspondia em quase nada com aquela que ela retratava, imaginava na sua imaginação apaixonada. Aqui onde morava o tal perigo de confiar apenas na descrição que era feita através das cartas ou dos telefonemas, como por exemplo, quando a pessoa dizia: A minha altura é x, peso y, meus cabelos são assim, assado etc. Ora, pensando bem, este tipo de descrição nunca correspondeu e jamais corresponde à realidade. Só mesmo uma pessoa que começa a se apaixonar é que crê e começa a imaginar como será a pessoa querida que ela tem através do seu pensamento. Por isso é que se costuma dizer que em todo o relacionamento sentimental nunca se deve enrar com os dois pés. Pelo o contrário: é um dentro e outro fora. Pois, neste caso, quando houver uma frustração gritante e inesperada, fica sempre mais fácil cair fora sem se machucar muito. Pensando bem, se pessoalmente, já fica difícil conhecer realmente uma pessoa, agora imagina quando isto não ocorre, ou seja, só a conhece através de cartas ou telefonemas? Nos dias hodiernos, como o meio usado é outro, ou seja, agora é a internet, mesmo assim, é um meio repleto de armadilhas e um dos dois termina se decepcionando ou não com a outra pessoa que estiver distante, ou seja, que não ainda não conhece pessoalmente.