SALINIDADES.

Hoje, novamente, aqui, num agradável setembro, de cara pro marzão. Misterioso mar que tanto me encanta. Casa de pai. Percorrida a distância de 1.200 km, o motivo vai além do passeio. Laços de ternura, outra vez, unindo os irmãos.

Desde os cinco anos de idade, estabeleceu-se entre mim e o mar, uma relação de mistério e fascínio. Quando entre ondas e espumas, mergulhava na inocência segura da doce infância, um futuro incerto de sonhos e fantasias. Foram tantas idas e vindas...algumas belas navegações e alguns tristes naufrágios, também. Prazeres vividos e guardados nas lembranças. Parecia que a água salgada curava e levava embora as feridas e cicatrizes. Hoje, a sensação da proximidade com o mar é mais meditativa do que divertida. Existe, no movimento das ondas, um embalo gostoso, junto a um ventinho refrescante que arrepia a pele. Os pés pisando à areia passam uma sensação de renovação, aliviando os pesos, suavizando as tensões, revigorando a alma.

Hoje, nesse reencontro com o mar, por tanto tempo, minha paixão de vida, misturam-se as salinidades que, pequeninas gotejam, levadas pela maré.

Elenice Bastos.