E tudo acaba em pizza* (25/04/2019)
A decisão da vereadora Lucinha Peixoto (PCdoB), em pedir o arquivamento do processo de cassação contra Dinaldinho e Bonifácio, causou estranheza, principalmente, pelo argumento da relatora:
"Foi uma solicitação do então presidente da Câmara municipal de Patos, vereador Sales Júnior", disse ela, em alto e bom som, durante a sessão desta terça-feira, dia 23. A alegação, concomitante, de que o prazo havia se exaurido foi rechaçada pelo advogado, Claudionor Lúcio, autor da ação, de forma veemente:
"O parecer baseia-se no decreto de 1967 que fala no prazo máximo de 90 dias. A Constituição federal de 1988, no entanto, ampliou esse limite para 180 dias. E Pela lei regimental o prazo também é de 180 dias. Então, esses 90 dias não se aplicam mais", comentou o advogado acrescentando que se a comissão processante quisesse poderia ter "derrubado essa tese para seguir em frente". Há quem diga, nos bastidores da política, que só quem ganhou com essa decisão foi o inquilino do palácio Clóvis Sátiro.
Vejamos: Se a comissão processante tivesse dado parecer favorável à cassação, poderia ter acontecido duas coisas:
O plenário votaria pela absolvição, beneficiando o prefeito afastado e dando a ele mais uma possibilidade de agravo para acostar ao processo de retorno ao cargo, visto que estava caracterizado um fato novo;
O plenário votaria pela cassação, abrindo o procedimento de eleições indiretas, com um candidato a prefeito dentre eles, que não fosse Sales Júnior, numa inteligente estratégia de retomada de poder, articulada pelos insatisfeitos com os rumos que tomaram a política de Patos.
Ao preço de hoje:
O julgamento foi político, não foi jurídico;
O vereador Góia, membro da comissão que analisava o processo, já declarou o seu voto favorável ao arquivamento;
O documento será remetido ao Ministério Público, porém pouco acrescentará ao processo vigente, visto que as provas existentes já são conhecidas nos autos;
Não haverá necessidade de se reabrir o processo pela Câmara, visto que o resultado da primeira tentativa de cassação foi inábil;
A população se frustrou mais uma vez com a casa de Juvenal Lúcio de Sousa que preferiu "lavar as mãos", numa astuciosa decisão de não se comprometer.
A bíblia diz: "Seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito”.
Eu, particularmente, esperava mais, até pela expectativa criada pela vereadora, nas redes sociais, antes do veredito.
Mas, no final tudo acabou mesmo em pizza.