A cadela pretinha

Hoje, oito de setembro, me sinto nostálgico, querem saber por quê? São as boas lembranças. Estava caminhando pela rua e recordo de quando de repente ela apareceu do nada balançando o rabinho. Que felicidade contagiante! É típico de um cão feliz. A cadela marcada na minha memória possui pelos negros, só lembranças boas. Aquela pretinha sempre passava na portaria lateral para compartilhar um pouco da sua alegria. Só faltava falar, logo vinham todos que lá estavam, todos queriam acariciar a simpática cadelinha.

De fato, era muito boazinha. Logo alguém perguntou, “será que ela tem dono”? Não sei. Só sei que nas idas e vindas, ela sempre estava seguindo um certo alguém. Então, existe a possibilidade dessa pessoa ser o dono dela? Sim, até porque percebo uma preocupação recíproca. Sabe de uma coisa, na próxima vez pergunto. Passou-se um tempo, algumas semanas somente, e o dia chegou. “Senhor, senhor, essa cadela é sua? Sim, é minha, ela está incomodando vocês? Jamais, pelo contrário, ela só nos traz alegria!” O tal senhor deu um sorriso e seguiu em frente. Deixando óbvio que ele era o dono. Sem sombras de dúvidas, um bom dono. É notável, quanta simpatia, e o pelo do animalzinho sempre brilhando. Os dentes muitíssimo branquinhos, realmente ele cuida muito bem dela. Infelizmente nem todos animais têm a mesma sorte, o que mais vejo são cães abandonados, aos montes, é triste, mas é verdade. Ainda bem que há pessoas que gostam dos animais, são os protetores! São anjos.

De repente, bem baixinho, lá no final da rua, escutamos um assobio. O que imaginamos? Será que é o dono dela? Não sei, acho que sim, já temos a resposta, reparem nas orelhas levantadas! Ela reconheceu o som, caramba! A danada sai em disparada, foi direto para casa. Que bom, é tranquilizador saber que ela tem um lar!

Bom, agora nos aparece uma cadelinha semelhante, outro serzinho, damos de comer e beber, é o mínimo que podemos fazer em agradecimento pela memória da outra cachorrinha que conhecemos e sumiu. Dissemos: “fome e sede hoje ela não vai sentir”. O turno de trabalho terminou. E lá se foi mais um dia maravilhoso repleto de boas lembranças e momentos inesquecíveis. Só tenho a agradecer! Jesus Cristo, muito obrigado! Só uma dúvida, será que a pretinha atual é descendente (cria) de outra pretinha desaparecida? As semelhanças são inegáveis! Acredito que sim, de fato aquela pretinha nunca mais surgiu para nos visitar. Será que morreu?

Embora a nova pretinha seja nosso xodó, sinto falta da outra cachorrinha até hoje! Não só eu, todos que tiveram o privilégio de acariciar tal cadelinha que andava por aí espalhando o mais puro sentimento que existe, o amor. Que concordemos, este sentimento os animais têm de sobra. Até os bichinhos de estimação são insubstituíveis.