UM LIVRO INCOMUM. HUMILDADE. MESTRE E DISCÍPULO.

O que seria um livro incomum? Um livro sobre o Sermão da Montanha escrito por um VEDANTA. No caso Swami Prabhavananda, que nos deu “O SERMÃO DA MONTANHA SEGUNDO O VEDANTA”.

O autor envolve o princípio vedanta, como explicativo dessa crença, em permanência imutável do que não pode ser influenciado pelo tempo, espaço ou causalidade. E ouso responder a razão; não se modifica a causalidade. Por ela temos os efeitos permanentes.

Toda regra imutável não se baseia no tempo, ultrapassa o próprio tempo que simplesmente escoa, não para nós, que somos um de seus objetos, o mais nobre, mas para ele como sua única testemunha, que assiste esse escoamento significativo para nós. Qualquer verdade absoluta, e ela existe, só não a percebemos na sua inteireza, se funda e tem pilar no amor incondicional, profuso em todos os relacionamentos humanos. Suporta como princípio o desenrolar dos tempos. Não conhece qualquer barreira como princípio. Não é de ninguém por ser de todos. Sua origem como princípio, regra, é de cunho natural.

“Não há verdadeira existência no que é irreal e o real jamais pode ser inexistente; os Sábios da Verdade conhecem a natureza de ambos (Bhagavad Gita)”. O real é serena permanência, intocável por imutabilidade natural.

Portanto “qualquer verdade que brilhou no passado remoto será igualmente verdadeira hoje e nas eras que virão. Qualquer cultura, seja física, mental ou espiritual, que foi conseguida uma vez pelos esforços humanos, será sempre atingível por outros que virão depois. A verdade permanece, não por vãs declarações ou imaginações, mas pelo testemunho dos sábios Profetas de todas as épocas e climas.” Este texto é tradução do original em Inglês “Principles and Purpose of Vedanta” edição de 1910. Swami Paramananda, um dos pioneiros na divulgação da Vedanta no Ocidente.

Deste modo os princípios fundamentais dos Vedas, a religião, filosofia iluminada dos Arianos, podem ter sido diminuídos e considerados, mas permanecem.E essa base de assentamento está calcada na manifestação do olhar amoroso para o próximo na total limpeza do coração.

O prefácio do livro, por Henry James Foreman nos diz com fina especiaria nos ditames da máxima cerebração que “Prabhavananda procura seguir o caminho da perfeição em cada dia de sua vida”; e o mais importante, “Ele ora diariamente, em sua meditação, para que consiga superar o egoísmo (sentido do ego), para que possa abster-se da crítica e da busca de erros alheios e para que alcance o amor e a simpatia para com todos”. Difícil tarefa para os humanos, afastar-se do egoísmo e da crítica desconstrutiva, já que a crítica construtiva é processo necessário na construção do pensamento universal eficaz.E remata a conscientização do Vedantista: “O vedantista não pode se sentar para meditar enquanto não tiver limpado a mente de todos os ódios e ressentimentos”. Insere-se no princípio o amor que devemos ter por todos. Aquela luz do Cristo nos seus ensinamentos no Sermão da Montanha. Onde há amor, boa vontade, não há ódio ou ressentimento de qualquer natureza, mas compreensão. Orar com sentimento profundo é falar a um desconhecido que Se busca.

Quando algo queremos entender e compreender, estudamos, FALAMOS com o que se quer entender, repetimos, reiteramos, iteramos, reprisamos incessantemente até aprender sobre esse algo. Assim é a oração, falar com Deus, com O que pouco conhecemos e por entendimento ansiamos conhecer alguma coisa. E para tanto precisamos muita humildade.

Enquanto nos julgarmos ricos de bens terrenos e conhecimentos não poderemos progredir espiritualmente. Quando sentirmos que somos pobres em espírito, quando nos afligirmos por não termos percebido a verdade de Deus, somente então seremos consolados.

Um homem procurou um mestre e pediu para ser seu discípulo. O que preciso para isso, perguntou. Disse o mestre: buscar água, apanhar lenha, trabalhar pesado muitas horas, estudar muito. Está disposto a fazer tudo isso? E disse o homem; e para ser mestre. O que preciso fazer, perguntou. O mestre respondeu: ficar sentado meditando e dando instruções espirituais. Entendi disse o homem. E nesse caso quero ser mestre.

Todos nós queremos ser mestres, mas antes de sermos mestres necessitamos ser discípulos para aprendermos a humildade.

Precisamos trabalhar e sermos discípulos de Jesus e seu Pai e termos humildade para alcançarmos o amor que nos ensinou e podermos passá-lo. Precisamos ser discípulos de Jesus.

“No fundo de nós talvez tenhamos consciência de que nos falta algo, mas agarramo-nos ainda na esperança de que essa falta possa ser preenchida pelos objetos sensíveis desse mundo”.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 10/09/2019
Reeditado em 10/09/2019
Código do texto: T6741687
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.