Somos aquilo que dissermos que somos* (04/05/2019)

A história de Branca de Neve e os Sete Anões foi lançada em 1938 pela genialidade dos irmãos Grimm. Faz parte da trama a rainha-má, costumeiramente, perguntar ao espelho mágico: - "Fala mágico espelho meu, quem é mais bela do que eu?". E a madrasta escuta, em resposta, sempre a mesma coisa: - "Em todo o mundo, minha querida rainha, não existe beleza maior".

Hoje em dia, invocamos o rosto- escravo do espelho para que nos diga essa mesma frase, em retribuição. As nossas aparições em redes sociais, tornam-se ainda mais preocupantes porque precisamos estar bem aos olhos dos outros, obedecendo uma tendência alienadora e sem noção de uma padronização da beleza. Nada conceitual, tudo muito ditatorial.

Voltemos ao conto de fadas... "Mas, uma única vez, ao voltar a fazer a indagação, o espelho reagiu diferente: - Famosa é a vossa beleza, majestade; porém, há uma menina entre nós, com tanto encanto e suavidade que eu digo, ela é mais bela do que vós". A rainha, diante da contrariedade, ficou possessa de ciúmes.

Sentir-se bem, tem muito a ver com personalidade. Não precisamos quebrar os espelhos da casa para nos entender com nós mesmos. O aparente é frágil. Pedir que nos tragam o coração de quem "ofusca a nossa beleza"... É papel da bruxa má.

É na aceitação que obteremos afirmação em tudo que habita em nós. O corpo pode ser remodelado, mas a alma é sempre nua. Que tal pegamos o belo e também o feio e colocarmos nas asas de borboletas para polinizarem mundo afora.? E lá se vão todos nós. Pois, somos aquilo que dissermos que somos.

Misael Nobrega
Enviado por Misael Nobrega em 07/09/2019
Reeditado em 23/09/2023
Código do texto: T6739887
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