A ROTINA DOS BAIRROS.

Em toda cidade grande acontece sempre a mesma rotina com relação aos bairros da periferia. Estou falando daquele conhecimento mútuo das pessoas que sempre procuram a mesma padaria, açougue, supermercado, igreja, bares, praças etc. Quase sempre as mesmas pessoas que, com o tempo, até parecem da mesma família, mas na realidade, todas fazem parte de uma grande comunidade. Muitas se conhecem pelo nome; outras, pelo apelido. E olha que são inúmeros., incluindo as brincadeiras. As discussões ou brigas podem até acontecer, mas são exceções. De vez em quando sempre aparecem pessoas desconhecidas ou mesmo recém-chegadas. Isto já é mais uma prova que a comunidade daquele bairro já é muito familiar. E isso é muito bom. E por aí vai.

Parodiando o famoso escritor russo Tolstoi, autor do ótimo romance Ana Karenina: todos os bairros se parecem entre si. As cidades é que vivem cada uma do seu jeito, principalmente, as megalópoles. Então aquela rotina já fica muito conhecida de quase todos os seus moradores, como, por exemplo, o vendedor de ovos, churros, pizza, verduras e assim sucessivamente. Diariamente é quase sempre aquela rotina. Se duvidar, chega-se até comprar um dia para pagar no final de semana. Pois o fiado é o que mais acontece em comunidades assim. Isto só não acontece quando se frequenta os supermercados. Aqui não tem choro: é dinheiro ou cartão. Enquando em padaria, bares, lanchonetes, e vendas de pequenos portes, não tem escapatória: sempre tem aqueles fregueses que compram para pagar depois. E, infelizmente, nesta rotina entram aqueles que denominamos de caloteiros. Isto é, no começo fazem aquela “amizade”, comprando e pagando direitinho, só para ganhar a confiança do pequeno comerciante, e quando a conta já está um pouco grande, simplesmente desaparece. E quando se é cobrado, num encontro casual em outro lugar, a desculpa esfarrapada sempre é a mesma: “Não se preocupe, eu não me esqueci de você não”. Ou então: “Pode deixar, logo logo eu vou lá no seu comércio e acerto aquela pendência”. Tá bom - poderá até dizer a vítima daquele calote - me engana que eu não gosto.

JOBOSCAN
Enviado por JOBOSCAN em 06/09/2019
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