ATIVIDADE INUSITADA
Quando residi alguns anos na capital lá pela década de setenta, ela era tranquila e podia-se usufruir da noite sem receio. Como estava só, costumava jantar num restaurante bem característico na Liberdade. Sem mesa, servia-se no balcão, cara a cara com o barman. Pedia sempre teixoco – o prato comercial japonês. O proprietário ao saber que escrevia para o jornal do bairro, gostava de discutir os mais variados assuntos. E ficávamos batendo-papo até o fechamento.
Certo dia, o barman teve que se ausentar. Em tom de brincadeira, o dono consultou-me se não poderia substitui-lo por alguns dias. –Pois, não, respondi e troquei de lado do balcão. Maioria dos frequentadores era japoneses, nada exigente. Pedia cerveja, dose de sakê servido numa caixinha de madeira e alguns salgados.
Essa atividade após o expediente bancário, sem ganhar nada, foi a que mais alegria me deu. Atendia com satisfação à clientela e sabíamos rir das nossas gafes.
Pena que durou pouco, mas deixou boa lembrança.