A chuvinha amainou e passando por alguns caminhos fiquei pasma com a transformação deles. Ou não havia notado bem estes dias ou foi assim de repente? As chuvas deixaram o verde muito mais brilhante do que já conheço dessa cor e as plantas cresceram centímetros de um dia para o outro, isso sem falar nas ervas daninhas que transbordam por todo canto. Ainda bem que agora rios e lagos estão cheios de água vida, até o sapo canta mais feliz em meio ao seu brejo. Borboletinhas seguem de flor em flor, a missão é procurar alimento e por ovinhos para perpetuação da espécie. Em breve teremos metamorfoses lindas.
Qual seria a canção para arrematar tudo isso? Agradecer ou apenas festejar, dando pulos como o fazem os animais em liberdade? Já viram cavalos presos em baias ? Quando soltos, saem em tresloucada corrida, aos pulos pelo campo. É necessário sair da frente porque entram em desvario. Pássaros infelizes em gaiolas, quando saem para a liberdade vão em revoadas insanas, fugindo para o vazio do espaço que dominam com suas asas. Nada os detém.
A vida é assim, a liberdade traz alegria, temos que dar valor a ela, não só a do corpo, mas da alma também, como agora, quando venho rabiscar aqui. Traço algo singelo, sem receio de que pensem que meu mote parece sempre o mesmo. Talvez seja, gosto de enlaltecer momentos que observo nos mínimos detalhes e agora há pouco vi uma libélula dançando uma valsa de Strauss sobre a piscina, ela gosta de água clara e enquanto valsava, alimentou-se dos pobres insetos minúsculos que ousavam voar baixo por ali.
A vida continua em ciclos, alegria e liberdade, tristezas também, mas há que se olhar ao redor, diminui a dor...