O PALRADOR.
Este meu colega é um rapaz além de muito conversador, trabalhador, responsável, humilde, brincalhão, porém, além destas qualidades, aquela que supera mesmo é a sua loquacidade, a facilidade que ele tem de engatilhar uma conversa, um diálogo, seja com quem for e também não importa o ambiente, ou seja, com colega, chefe, mulher, idoso e até criança se pintar no seu caminho. Portanto, é simplesmente impressionante a facilidade e capacidade que ele tem de conversar e contar seus causos e casos, principalmente, quando o assunto for mulher e de preferência, morena, sem querer menosprezar as outras, como o próprio mesmo costuma dizer. Quando percebe que está exagerando quanto as suas façanhas e peripécias com as mulheres, ou seja, como as morenas, o meu colega chega a pedir desculpas a quem estiver ouvindo e diz: “Parece muito exagerado este caso, mas é a mais pura verdade”. E continua contando mais um para quem quiser ouvir. Se ele já fala tanto assim no seu estado sóbrio, agora imagina quando está numa roda de amigos tomando algumas cervejas, caipirinhas etc., aí o dito cujo toma conta da mesa e da rodada de papo e quase ninguém consegue interrompê-lo. Até que, educadamente, ele permite, pois como costuma dizer, “não sou o dono da verdade” e deixa qualquer um dar o seu parecer, a sua ideia, o seu palpita, a sua opinião. Certo dia, alguém foi lhe dar uma sugestão para que ele se envolvesse com a política, pois tinha o dom da palavra e coisa e tal, ele saiu rapidamente pela tangente e logo desconversou, dizendo que pretende sempre ao se deitar colocar a sua cabeça no travesseiro e dormir tranquilo, querendo dizer, que o político partidário, principalmente aquele que se envolve com muita maracutaias dificilmente conseguirá dormir em paz e tranquilo, pois a consciência deve doer e incomodar tal pessoa. Coisas da vida, choque de opiniões, como já cantou o rei Roberto Carlos.