De mansinho
Como querendo nada, chegou de mansinho. Assim ficou, a platéia estava adorando. Bonita? Não, não. Não era bonita, era simplesmente linda.
As pessoas têm que tomar cuidado, principalmente quando ganham fama, ficam visadas e na maioria das vezes, ira da inveja deste povo. Povo de Deus? Acaso ele existe? Ora, não interessa.
— Posso sentar?
— À vontade, aqui não tem lugar marcado.
Linda. Rosto de linhas macias e sinuosas, voz agradável, corpo incrivelmente bem feito e, por cima de tudo, trabalhado. Bebia, sozinha e num elegante bar a poucos metros da areia da praia, um líquido de bonita cor.
— O que é isto? A bebida.
— Acaso não conhece a mistura chope branco com o preto?
— Acaso conheço e esta foi apenas uma maneira de me aproximar.
— Deu certo. Acompanha?
— Não só acompanho, como convido para os complementos.
— Complementos?
— Ora, não gosta de um doze anos, acompanhamentos certos, uma bela varanda, tranquilidade e intimidade?
A marca do uísque, não sei. Não me contaram. Essa gente é assim. Não conta nada! Mas, às vezes, estes encontro casuais acabam virando paixão. Ou ódio... Coisas da vida, coisas do amor.