DESCONFIANÇA ATÉ DA PRÓPRIA SOMBRA!
Veja a que ponto está chegando a desconfiança das pessoas numa grande cidade como São Paulo! Quando se anda na rua a qualquer hora do dia e percebe-se que se está sendo seguido por algum desconhecido, o que se faz? Para-se numa banca de jornal ou numa lanchonete e procura disfarçar daquela pessoa suspeita e depois continua o caminho, ou seja, tudo por precaução. Porém, o fato que aconteceu hoje comigo foi inusitado. Vejamos:
- No meu horário livre de uma hora que disponho na empresa onde trabalho, geralmente das 17 às 18 horas, sempre aproveito para ler um pouco um bom livro no interior de uma igreja próxima. E fiz deste hábito uma pequena rotina, achando que não fosse nada de mais. E mesmo observando que neste momento eu sempre percebi que o sacristão daquela igreja me olhava sempre desconfiado procurei não dar muita atenção. Mas com o passar do tempo, certo dia ele se aproximou e foi direto ao assunto, querendo saber que livro era aquele que eu lia todo o dia. Mesmo achando sua atitude muito bisbilhoteira, mostrei-lhe: DEUS INTERIOR. Em seguida ele argumentou que ali era um lugar sagrado para rezar e não para passar tempo, dizendo que para isso existia a praça ali próximo. Achando muita petulância da sua parte pedi para fazer com algum padre responsável por aquele templo sagrado. Coincidentemente havia um lá na sacristia que me atendeu e argumentou que aquele rapaz agiu daquela maneira porque aquele local fora assaltado recentemente e ele ficara traumatizado, portanto, muito desconfiado. Em seguida falei:
- O ideal então seria lhe dar férias.
- Ele lá ficou alguns dias afastado, mas continua muito desconfiado, peço desculpas se você se sentiu ofendido com a atitude dele.
Realmente a minha desculpa foi dada, mas só que procurei evitar ler o meu livro no interior daquela igreja apenas por precaução e não causar nenhum transtorno ao sacristão traumatizado pelo assalto sofrido.