O centenário de Jackson* (31/08/2019)
"Convidei a comadre Sebastiana" (...), dona Zezé, Tião, Teixeira, compadre Zé, Adão e Eva e até o tio Sam (...) "pra dançar e xaxar na Paraíba" (...).
Era 31 de agosto de 2019, dia do meu centenário! Para quem não sabe, eu nasci José Gomes Filho, em Alagoa Grande, na Paraíba, e fiquei conhecido como o "Rei do ritmo".
"No dia desse festejo; (...) Vai toda gente pra rua" (...) "Eu quero ver o Tio Sam de frigideira numa batucada brasileira".(...)
Antes de a festa começar: (...) "A Ema gemeu; No tronco do juremá" (...) "Você bem sabe; Que a Ema quando canta; Vem trazendo no seu canto; Um bucado de azar"(...)
Qual nada!
(...) É muito cedo, meu benzinho; Para esse amor se acabar" (...) "Dá-me um beijo; (...) Pra esse medo se acabar" (...).
Logo o salão ficou lotado.
(...) Vige como tem Zé; Zé de baixo, Zé de riba;
Desconjuro com tanto Zé; Como tem Zé lá na Paraíba". (...)
Desse jeito, iria mesmo faltar cachaça:
"- Tião
- Oi!
- Foste?
- Fui!
- Compraste?
- Comprei!
- Pagaste?
- Paguei!
- Me diz quanto foi?
- Foi quinhentos réis" (...)
E, todos, altamente embriagados, só podia dar em confusão:
(...)"Foi quando eu vi a Dona Zezé: De saia amarrada fazer cocó; E dizer: eu brigo com cabra canalha; Puxou da navalha e entrou no forró" (...).
Pronto! Acabou-se o muido! E alguém perguntou: "Que diferença da mulher o home tem?" (...) "Tem pouca diferença", respondi, mandando entrar os cantadores:
Eram como: (...) "Casaca de couro, cantando as duas na telha" (...) Uma grita, outra responde; Uma baixa, outra também; Parece mulher pilando, pro mode fazer xerém; Subindo e descendo as asas, como os seios do meu bem" (...)
Ô festança boa! Foi até o sol raiar (...) No paraíso, um dia de manhã, Adão comeu maçã e Eva também comeu (...) Então, peguei (...) "O meu amor número um; E o meu coração pôs-se a bater: - Tum-tum-tum, tum-tum-tum... (...)
De volta pro céu, ainda ouvi Sebastiana gritando:
A E I O U Ípsilon..
*Misael Nóbrega de Sousa