CRÍTICA E IDEIAS.DEMOCRACIA.

Sem largueza some o espaço e assume a asfixia. O vazio só se preenche com substância. Quando esse insumo falta, a objetividade visada se perde. O mundo vive uma vontade transversa. Todas as ideias buscam a paz, só assim se acolhe e se pode entender. Todas as ideias querem a realização humana para melhor. As ideologias se inscrevem todas no prefixo “demo” em suas aberturas; seria também a força do povo.

Democracia, como pouca gente ignora, é um termo nascido no grego demokratia pela junção de demos, povo, e kratia, força, poder.

A crítica política do encontro, do aplauso ou da condenação, para harmonizar, nunca deve se corrigir, mas todas as convergências devem ser embasados na única possibilidade da discussão crítica; respeitar as liberdades individuais. Sem liberdade não há caminho digno.

O respeito às ideias deve ou devia aspirar a junção de vontades pelas liberdades conquistadas, nunca afastá-las.

Frustaram-se, emaranharam-se vontades dissolutas. Ninguém é dono da vontade do outro, de suas escolhas e muito menos de suas liberdades.

Quantas surpresas podem surgir! Os grandes inquietos e complexos espíritos, gênios ou quase gênios, desafiam a sagacidade de espíritos rondantes. Combateram as restrições com grande sucesso. São luzes que clareiam regiões conhecidas, onde subsiste a dominação sob vários enfoques. E de várias inclinações.

Nesse campo não há heróis ou opressores, cada um restringe de sua maneira, mais veladamente ou de forma flagrante.

A psique humana se põe à mostra para o verdadeiro crítico, ele conhece a alma, mesmo à distância de sua análise. É como o mineiro que desce às mais absconsas profundezas à procura do veio a ser descoberto. Lá está a luz refletindo a descoberta da busca febril.

QUAL LUZ?

A absoluta impossibilidade de harmonizar. Chega-se a um ponto melhor, para mais ou para menos. Ou a nada, ou em total ausência de liberdade.

O pensamento só se esplende e se dilata em interpretações quando se lhe toca a essência desvendando-se os segredos recônditos. São degredados da vontade consciente. Se aninham egoística e vaidosamente no coração dos artistas da palavra, dos engenheiros das ideias.

Procurar o filão sinuoso que ora rebrilha, ora desaparece mergulhando na terra, reencarnando-se na pedra, é o trabalho da boa crítica.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 31/08/2019
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