Dia Feliz.
O dia começou como sempre começa: atrasado!
Saiu de casa sem tomar café, de mau humor e na chuva, sem um guarda-chuva.
Atrasado... Dia triste.
Dificilmente a encontraria no ônibus.
Pegou o ônibus (atrasado) sem lugar pra sentar, e, pra sua surpresa, ela também se atrasou, e vieram conversando no ônibus. Dia feliz.
Chegou 8 minutos atrasado, mas para o chefe era mais fácil criticar 8 minutos de atraso do que algumas horas extras sem remuneração no fim de semana. Dia triste.
E de novo a encontrou, durante a mesma manhã, com tempo para conversar; e conversaram durante quase uma hora, como se já se conhecessem desde 11 meses atrás, quando a viu pela primeira vez, e não desde o mês passado, quando resolveu puxar papo com ela. E ela aceitou o convite pro cinema que ele fez. Dia feliz, definitivamente.
Marcaram de se encontrar na saída, e mesmo sem almoçar ele esperou durante 15 minutos depois do horário combinado, e nada dela aparecer... É... Era um dia triste.
Quando resolveu ir sozinho ao cinema, a encontrou na porta, dizendo que estava esperando lá havia alguns minutos, e conversaram até a sessão começar, e tinham várias, várias coisas em comum mesmo, muito mais do que ele pensava ou imaginava... Se surpreendeu, e foi uma boa surpresa. Dia triste nada, era um dia feliz!
Assistiram ao filme, que não era o filme que queriam assistir e nem ao menos era bom, e ele não viu muitas chances de tentar qualquer coisa... Dia triste mesmo...?
...Mas não importava o filme que estava passando, ou a falta de pipoca, a companhia é que importava, e estava se divertindo mesmo. O dia era feliz, sem dúvida.
E então, ele falou, e pior do que receber um “não”, foi como se ele não tivesse dito nada, ela não tivesse ouvido nada, apesar de ainda assim estar charmosamente sedutora...O dia realmente podia terminar como um dia triste, muito triste mesmo.
Só não foi totalmente triste, porque ao chegar em casa, ainda havia pão-de-queijo para o lanche da tarde.
E ele adorava pão-de-queijo.
Dia triste sim... mas nem tanto assim!