Ônibus
Um domingo – e a manhã meio nublada. Entro no ônibus, vou ao centro da cidade, ao Ver-o-Peso, um complexo de feiras e mercados, considerado o maior da América Latina.
O veículo parou num semáforo. Vi uma casa, estreita, verde, um pequeno pátio. Duas cadeiras de ferro, antigas, uma mesinha. Porta fechada, janela fechada. Aquilo me inspirou.
Gravei o número da pequena casa: 3169. Segui, os passageiros também. Passamos por esquinas. Farmácias, lojas de flores, mercadinhos, igrejas, salões de beleza.
Eu, no ônibus, me distraindo com essas imagens – e gente, pessoas, crianças, mulheres bonitas, eu os via.
Os domingos são alegres, nossa alma e nosso corpo relaxam. As pessoas parecem mais flexíveis, mais sensíveis. Beleza, bacana.
Via árvores, prédios, praças, edifícios, carros. Me alegrou aquela manhã. Senti suavidade, por dentro de mim, no coração. Nada de extraordinário nisso. Na verdade momentos assim é que são felizes. Nos fazem felizes, embora sempre queiramos mais.
Somos insaciáveis quase sempre. O veículo seguia – eu olhava, via o céu. Estava um pouco nublado.
Este conto perece não ter pé nem cabeça. Ele é fruto da simplicidade das coisas. A viagem me inspirou. A alma estava “de boa”. Felicidade, na verdade, é simplicidade.