CONHECER DEUS. ESSÊNCIA. BUSCÁ-LO. SANTO AGOSTINHO.
Conhecer Deus seria pretensão descabida. Procurá-lo constitui um problema, não se acha o que se desconhece em matéria. São Tomás quis fazer essa prova, mas era e foi um privilegiado, tocou as “Chagas de Cristo” como São Tomé fez de outra forma. Este realizou a autenticação histórica para a humanidade, reportada.
Embora São Tomás tenha lançado a equação das “Cinco Vias”, sensorial, alguns pensam que Deus pode ser encontrado, com facilidade, através dos sentidos. A compreensão da natureza de Deus primeiramente é artigo de fé. Depois fica envolta em halo sensorial. Nessa alheta o tomismo é icônico.
Ninguém pôde ou pode manifestar por palavras o que Deus é.
Santo Agostinho por intervenção de Santa Mônica, súplice em suas orações, sua mãe, “achou” Deus. Uma história conhecida, onde o “acaso” milagroso, assim se entende, ocorreu.
Deus em Santo Agostinho tem sua essência em torno da alma como em nós habita em matéria, agregada em nosso corpo, e forma o pensamento, e se vai para a eternidade de onde viemos em espírito, na volta quando da partida para a calma justificada.
Todo filosofar agostiniano está centrado em torno da alma, espírito e Deus.
O que é Deus na sua essência?
Profundezas inabitáveis se deparam ou é possível penetrar nessas regiões?
O Bispo de Hipona, Santo Agostinho, se fortalece nas escrituras.
Agostinho toma como base as escrituras sagradas, afirmando que dizer que se conhece a Deus é presunção audaciosa.
O aceitável e passível de entendimento é manifestar que Ele nos conhece. O pai conhece o filho, o filho aprende a conhecer o pai. Essa a interpretação que decorre do articulado filosófico, a essência em buscar.
Quem pensa conhecer qualquer matéria ou fato ainda não desenvolveu toda a estrada do logos. É quase socrático pelo sei que nada sei infinito; desconhecer é a certeza entre todas as incertezas.
Tratando-se de Deus, conhecer é desconhecer, buscar é a seta permanente que voa para a tentativa. O encontro com a essência.
Desponta, contudo, clarificando, o “Se alguém ama a Deus, esse é conhecido por ele”(I CORÍNTIOS; 8: 2-3).
Santo Agostinho proclama que nossa inteligência não tem capacidade de compreender aquilo que Deus é.
Só quem tem alguma noção daquilo que Deus é, sabe que seu conhecimento sobre Ele não é.
Não se pode afirmar muito sobre o que se desconhece. Ou seja, nada.
O “ Ele não é” ateísta é mais fácil e confortável, pois ninguém sabe aquilo que Ele é. E chega a ponto o ateísmo, sem verossimilhança, de contestar o que nega existir. Não se contesta o inexistente, é irrazoável, ilógico. Negar é admitir a existência, apenas para contradizer existir, pois para contestar é preciso admitir, considerar.
Só Deus é essência, Ele verdadeiramente é, porque é imutável. O homem só pode se avizinhar da máxima essência, Deus, na busca,
entrando em seu íntimo mais profundo, no âmago de sua consciência.
Deus é Amor, amar a Deus é amar o Amor, como em Ana Karenina de Tolstoi.
Deus é trindade, uma essência em tríduo, uma e mesma essência ou substância, três pessoas, Pai, Filho, Espírito Santo, onde se enquadra, também, o unicismo, embora contraditado sem razão por alguns, pois o unicismo e trindade são três, ambos configuram unidade. Aquela unidade que Agostinho refere na fé: “Fizeste-nos para ti, Senhor, e nosso coração está inquieto enquanto não repousar em ti”.
Celebra-se neste dia 28 de agosto Santo Agostinho, Doutor da Igreja, “padroeiro dos que procuram Deus”. Ou melhor, a essência do Ser Humano.
Vida e obra deste Doutor da Igreja foi ampliada por São João Paulo II, na Carta Apostólica “Augustinum Hipponensem”.