Patos tem mais de 3.500 eleitores analfabetos, diz o TSE* (27/08/2019)
As eleições já estão aí, bem pertinho... - E daqui a pouco chegam os políticos batendo a nossa porta. A estatística oficial do eleitorado patoense por sexo e grau de instrução, correspondente ao mês de julho de 2019, aponta que dos 63.670 eleitores inscritos em Patos, 3.538 votantes são classificados como analfabetos, o que representa 5,55% do total.
Quando eu vi esses números lembrei imediatamente do personagem Jeca Tatu, criado por Monteiro Lobato, em sua obra Urupês, baseada no trabalhador rural paulista e que simboliza a situação do caipira brasileiro, abandonado pelos poderes públicos às doenças, ao atraso econômico, educacional e à indigência política.
Diferente dos anos 50, quando essa história virou um filme, estrelado pelo gênio da comédia Mazaroppi, os Jecas Tatus atuais, podem até não saber ler nem escrever, mas não são “burros” que precisam andar calçados para não adquirir Ancilostomíase ou “amarelão”.
De acordo com uma pesquisa recente, mesmo com dificuldades, os analfabetos funcionais são usuários frequentes das redes sociais e interagem bem no campo virtual. O mundo mudou e as pessoas tiveram não só que acompanhar essa evolução, mas também que se preparar para conviver com ela, tornando-se indivíduos melhores e não apenas operadores de máquinas.
E não falo só em tecnologia... - Estamos mais solidários, mais conscientes, mais críticos, mais humanos... - E é resolvendo os nossos conflitos, que compreenderemos as transformações do mundo como sendo a mudança de nós mesmos. Voltar-se para a nossa humanidade e procurar aquilo que nos faz feliz pode ser a resposta para todas as inquietações... devemos evoluir, só não podemos ignorar o que nos propomos a ser, sentir, servir....
Falta pouco mais de um ano para as eleições de 2020, e não me preocupam os analfabetos ou analfabetos funcionais... - E sim os políticos letrados, que nunca quiseram erradicar o “amarelão” ou “doença de jeca-tatu”... - Pois lhes interessam que continuemos na ignorância política. - Não vamos confundir analfabetismo com cegueira social.