A VIDA SEM SABER - BVIW
Há pessoas que fazem mágicas sem bastão. Em dias tristes em que sentimos nossa importância cortada pelo meio e tola pela metade, toda sorte de magia vem a calhar. Outra opção é usar o talento e transformar angústias tenebrosas em vidas leves como as de propagandas de refrigerante. Casos de soluções indefinidas ou temporariamente equivocadas seriam extintos.
O certo mesmo é que apanhamos bastante da vida. Mas nunca estamos preparados para extensões da maldade alheia e suas consequências nowadays. Confesso abestalhada temer pelas minhas benditas costas, pelas minhas frentes calejadas e macias e principalmente pelo universo amplo e receoso da mente outrora destemida e precavida. As pessoas eram mais confiáveis e previsíveis. Agora nos chocam mais que rádio policiais.
Mas me conforta essa mente que escreve e reduz fazendo o indevido caber no adequado. Disseram que é por que floreio. Nada! Rascunhos de minha intelectualidade primária rasteja de forma desigual entre roseiras e espinhos enquanto o delivery man pergunta onde é para deixar a areia, a brita e o cimento; na verdade, nem sei. Sequer do pedreiro. Não saber parece inútil e digo que pode deixar na calçada da casa. A vida agora é um tal de não saber.