Sempre o Azul

...o azul está dependurado nos meus armários nas suas mais

diversas variações.

Nas minhas gavetas eu o acho transformado em texturas, em

rendas, fitas, miçangas, pedrinhas mil. Papéis, capas de

caderno, canetas, pratos, velas, flores. Andando pela casa,

sempre se tropeça em algum objeto escolhido por alguém que

sempre pergunta, tem azul.

Mágica, celeste, plástica.

Sempre há descanso para os olhos que procuram o azul.

Todo dia o céu se enche de azul numa oferta de amor para

quem o contempla.

Querer saber o sabor do azul, me leva a prová-lo em todas

as suas formas gustativas.

Pintar o da boca céu.

Azul Mediterrâneo

É impossível falar do Mediterrâneo sem falar no azul.

Minha fixação por essa cor e região me fez até investigar

as origens do meu sobrenome, na mais louca intenção de

descobrir uma ligação jungniana, entre os meus antepassados

e o meu fascínio por esses fantásticos azuis.

Quando eu era menina, havia uma pilha de pneus velhos no

quintal da minha casa. Meu divertimento preferido era subir

lá bem no alto e ficar deitada, contemplando aquele céu

imenso, onde ocasionalmente passavam nuvens brancas,

formando figuras do imaginário infantil.

Ou então eu me dependurava no balanço, me inclinando, só

para observar como era o céu visto de cabeça para baixo.

Era uma viajem..... Minha imaginação infantil me rendeu um

relacionamento quase mágico com essa cor.

Com certeza as origens da minha alma, estão por lá.

Contemplar o imenso azul é como ter a vida suspensa entre o

céu e a terra, como quando eu era menina.

Se fechar os olhos posso sentir o cheiro do mar, o perfume

das ervas, a brisa.....

Tudo me convence...