COMO NASCEM AS PAIXÕES
Ela foi entrando sem dizer nada.
Se eu tivesse que lhe dá uma nota, possivelmente seria um 9. Mas não gostaria de fazer isso, não cabe a mim dá notas de beleza a ninguém. Afinal, o que eu entendo sobre o tema?! Nem eu mesmo tenho qualquer beleza, pelo menos não fisicamente. Não sei porque resolvi falar então sobre isso, talvez porque a tenha achado muito mais bonita do que a maioria. Tudo bem, esqueçamos isso, por ora.
As paixões nascem sem motivos. Pelo menos de acordo com o que a gente imagina ser uma paixão. Ela além de muito bonita tinha aquele jeito que me agradava. Aquele gosto especial por coisas que eu também considerava especiais. Sabe, quando o destino (você acredita em destino? Não sei) resolve jogar no seu colo alguém que é muito, mais muito, parecido com você?!, pois é, foi o que aconteceu. Ela apareceu num dia qualquer, como uma pessoa qualquer, que queria resolver algo para o seu (dela) patrão. Uma coisa tão banal e ao mesmo tempo tão inspiradora.
Não foi de primeira, não. A paixão não aconteceu assim, sem mais nem menos. Foi com o passar do tempo. As conversas, os temas em comum, as músicas, os gostos parecidos. De repente, me vi, sem querer, novamente apaixonado. Sério, detesto estar apaixonado. Detesto ter que pensar em alguém o tempo todo. Brigo comigo todas as vezes que penso nela. Quero me concentrar em algo mais e não consigo.
Se eu dissesse o nome dela, ela saberia que essa história é sobre ela. Mas nem sei se ela chegará a ler essa história mesquinha e pobre de significado. Se chegar, não tem problema, não tenho pretensão de levar a cabo essa paixão já fadada ao insucesso, desde o início.
Queria fazer desse relato um conto. Mas, pelo visto, não há história ainda para tanto. Terei que aguardar mais um pouco. Por enquanto, vai uma crônica. Ruinzinha como estar apaixonado e boa como ter alguém para amar. Paradoxal, como a vida, em tempos de crise amorosa. Essas são as piores crises para uma pessoa comum, são as únicas que nos tiram o sono. Deveria continuar? Eis a pergunta que me faço, sem resposta, porém. Se alguém tiver uma opinião, e quiser me dá, aceito, embora não prometa acatar.
Fiz uma pergunta e não respondi. Como nascem as paixões? Não sei, não lembro como nasceram todas as paixões que tive. Quando percebi, já estava apaixonado, sem lembrar como havia chegado àquele estado de apaixonamento. Agora tenho até algumas suspeitas, que incluem a beleza, o charme, a inteligência, o humor e outras características da mulher em questão, mas não posso garantir que tenha sido realmente isso. Só sei que estou apaixonado. O quanto isso é bom ou ruim, o tempo responderá.