Direito à Indignação
Penso que toda pessoa dever ser pacífica e respeitar as leis. Sem isso não há estado de direito, é condição sine qua non à democracia. Ela depende do respeito às leis. Mas estas precisam ser justas e sua aplicação imparcial, sem prejudicar propositadamente ninguém e sem privilegiar ninguém. Não pode a justiça funcionar de um jeito para A e de outro para B. Em outras palavras, como diziam os antigos: o pau que bate em Chico tem que bater em Francisco. Mais: na democracia não se pode urdir tramas e nem se fazer combinações para penalizar e prejudicar àqueles com quem não se simpatiza, independente dos motivos, alguns deles sinistros porque visavam a impedir os direitos constitucionais do prejudicado pela trama sinistra.
Acho, sinceramente, que meso sendo pacíficas, as pessoas mesmo sem vinculação com lados políticos e até mesmo adversárias de alguém do lado político contrário, têm o dever e o direito constitucional de se indignar. E de explicitar essa indignação, de forma pacifica, pública, transparente e democrática. Se não se manifestar é porque não é um verdadeiro democrata ou não vive nu país democrático.
A mim choca, dói, entristece, constrange e revolta ver algumas pessoas justificando o injustificável. mas pipocando de raiva quando alguém clama por justiça ou explicita sua indignação frente à injustiça ante fatos que comprovam tramas maquiavélicas e execráveis. Por quê? Porque não assimilar e nem explicitar o direto à indignação? Por que não discordar publicamente e de uma injustiça perpetrada mesmo contra um adversário? E estranho que num estado democrático questionar uma decisão viciada pela trama ni breu das tocas e ate publicamente seja encarado como falta grave. Não é, a indignação é um direito e um dever constitucional.
Nunca fi tão patente no país a evidência que se perpetrou uma trama sinistra usando-se o aparelho judicial. Já há até ministro do STF falando que é preciso se fazer um julgamento justo de um condenado ilegalmente. Mais: o mundo todo sabe disso, a nossa justiça está sub judice perante o concerto das nações civilizadas.
Por fim nada como repudiar o sofrimento de um injustiçado. Vou citar o que disse Nietzsche:
"O que realmente levanta uma indignação contra o sofrimento não é o sofrimento intrinsecamente, mas a falta de sentido do sofrimento".
Viva a indignação democrática. Inté.