Forró: de seu Luiz ao resto do mundo* (09/06/2019)

A TV Sol, originalmente patoense, realizou ontem (08/06), na praça de alimentação do Guedes shopping, mais uma transmissão do programa: "Tudo é São João".

Na bancada de convidados: padre Joácio, chef Jackson, Wesley Stone, Aécio Flávio e Eu. Os temas propostos, foram: tradição, religiosidade, culinária, evolução do forró e poesia nordestina.

(Este último coube a mim)

Destaco a parte artística que ficou por conta da quadrilha junina "explosão patoense" e do forrozeiro Zé Nilton do acordeon. Houve tempo ainda para as músicas de Aécio Flávio - Ferrenho defensor do forró de antigamente.

Pois bem, chega de rasgação de seda... Ou será que é de chita? (risos).

Em minha participação, tive a oportunidade de fazer uma breve retrospectiva do forró, que teve como precursor, o rei do baião, Luiz Gonzaga, em meados de 40, e que foi também o responsável pela popularização desse gênero musical.

Saindo das salas de reboco, dei uma rápida passada pelos anos 70. A primeira versão do forró universitário, recebeu influências da MPB e até do Rock. Alceu Valença, Elba Ramalho e Zé Ramalho foram os criadores daquela configuração. O forró universitário voltou nos anos 90 com o grupo fala mansa, para jovens escolásticos.

A partir dos anos 90 surge o que ficou conhecido como forró estilizado, pejorativamente chamado de forró de plástico: "É o forró Mastruz com Leite"... - esse grupo musical, implantou uma linguagem, principalmente, visual, com: iluminação, dançarinas e figurinos.

O forró de hoje é brega romântico ou tecnobrega, com suas letras melódicas e não mais identificadas com as agruras do Nordeste.

Saíram de cena as sanfonas, triângulos e zabumbas, símbolos do forró pé de Serra, para darem lugar a uma batida mais moderna, privilegiando instrumentos, como: percussões, guitarras e saxsanfones.

Há quem diga que o forró perdeu a sua autenticidade; outros, que essa modernização foi importante para internacionalizar o gênero e não deixá-lo morrer, completamente.

Essa polêmica nunca vai acabar, pois o forró é tudo isso: Essência, tradição, modernidade, paixão, saudade e tecnologia. O forró somos todos nós, genuinamente, "nação forrozeira", de "seu" Luiz ao resto do mundo.

Misael Nobrega
Enviado por Misael Nobrega em 26/08/2019
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