Com chuva ou com sol ela está lá. Não esperando seu homem na beira do cais e sim, na rua escolhida por ela. O batom vermelho, as roupas que aguçam sua sensualidade e o sorriso sempre nos lábios,
Pontual e responsável, todos os dias quando passo no local para o meu trabalho, a moça está no mesmo local, ao lado de uma frondosa árvore. O Porto, sem cais porque a fronteira é seca, ela aguarda alguém.
Sigo meu caminho, o sorriso e o batom vermelho ficam ali tendo a rua por companheira. Só seu olhar fica numa direção só.
No inverno, mesmo com o frio intenso, o short curto, a jaqueta de couro que agasalha seus braços.
Penso que a situação é passageira, mas não é. Durante as quatro estações a moça continua em seu ponto, distribuindo o mesmo sorriso vermelho e deixando seu corpo provocante falar por ela.
Só uma vez, eu a vi triste, nesse dia ela vestia um jeans e uma blusa sem decote, muito decente, senti vontade de perguntar se poderia ajudá-la.
Parei o carro e a chamei:
-Oi moça, algum problema, posso ajudá-la?
-Não, ninguém pode.
Nos próximos dias não a vi mais em seu ponto.
Tive que mudar meu escritório para outro prédio numa outra rua do mesmo bairro.
Pensei que a moça tivesse mudado para outro bairro ou até de cidade.
Mas foi próximo ao natal do ano seguinte que tive dificuldade em reconhecê-la tão diferente estava. Foi no estacionamento do cartório, estacionamos os carros lado a lado. Nesse dia, ela estava totalmente transformada, os cabelos compridos soltos, uma maquiagem suave, roupas elegantes enfim, com uma postura muito diferente da anterior.
Ela sorriu para mim e para minha surpresa veio me cumprimentar.
-Oi lembro de você, sempre passava no meu ponto. Sei que se preocupava comigo. Deve ser uma pessoa muito boa.
-Sim, eu me preocupava, não era piedade. Só pensava que uma moça bonita como você, pudesse ter um outro trabalho. Nada contra. Respeito sua escolha e os motivos que a levaram a isso.
-Pode falar, eu era garota de programa sim e, daquelas de rua mesmo, mas tive sorte. Tudo ficou lá atrás hoje, sou casada com um homem rico e que me ama muito, tenho uma família feliz e enterrei meu passado.
Fico feliz pelas suas conquistas e pela família que construiu.
Seja feliz.
Como a vida pode dar voltas, pensei enquanto me dirigia ao meu escritório que fica na avenida do Parque Presidente I. Bem próximo ao Porto Seco de Foz do Iguaçu na BR 277.
Pontual e responsável, todos os dias quando passo no local para o meu trabalho, a moça está no mesmo local, ao lado de uma frondosa árvore. O Porto, sem cais porque a fronteira é seca, ela aguarda alguém.
Sigo meu caminho, o sorriso e o batom vermelho ficam ali tendo a rua por companheira. Só seu olhar fica numa direção só.
No inverno, mesmo com o frio intenso, o short curto, a jaqueta de couro que agasalha seus braços.
Penso que a situação é passageira, mas não é. Durante as quatro estações a moça continua em seu ponto, distribuindo o mesmo sorriso vermelho e deixando seu corpo provocante falar por ela.
Só uma vez, eu a vi triste, nesse dia ela vestia um jeans e uma blusa sem decote, muito decente, senti vontade de perguntar se poderia ajudá-la.
Parei o carro e a chamei:
-Oi moça, algum problema, posso ajudá-la?
-Não, ninguém pode.
Nos próximos dias não a vi mais em seu ponto.
Tive que mudar meu escritório para outro prédio numa outra rua do mesmo bairro.
Pensei que a moça tivesse mudado para outro bairro ou até de cidade.
Mas foi próximo ao natal do ano seguinte que tive dificuldade em reconhecê-la tão diferente estava. Foi no estacionamento do cartório, estacionamos os carros lado a lado. Nesse dia, ela estava totalmente transformada, os cabelos compridos soltos, uma maquiagem suave, roupas elegantes enfim, com uma postura muito diferente da anterior.
Ela sorriu para mim e para minha surpresa veio me cumprimentar.
-Oi lembro de você, sempre passava no meu ponto. Sei que se preocupava comigo. Deve ser uma pessoa muito boa.
-Sim, eu me preocupava, não era piedade. Só pensava que uma moça bonita como você, pudesse ter um outro trabalho. Nada contra. Respeito sua escolha e os motivos que a levaram a isso.
-Pode falar, eu era garota de programa sim e, daquelas de rua mesmo, mas tive sorte. Tudo ficou lá atrás hoje, sou casada com um homem rico e que me ama muito, tenho uma família feliz e enterrei meu passado.
Fico feliz pelas suas conquistas e pela família que construiu.
Seja feliz.
Como a vida pode dar voltas, pensei enquanto me dirigia ao meu escritório que fica na avenida do Parque Presidente I. Bem próximo ao Porto Seco de Foz do Iguaçu na BR 277.