Meus lideres

Relembrando a brincadeira “siga o líder”, me pergunto: o que vem a ser um líder? Que líderes tive na vida?

Mão na consciência, concentração, lembranças dos tempos de estudo e trabalho e, espremendo bem a massa cinzenta já meio gasta pelo tempo, sai quase uma “Eureka – de Arquimedes de Siracusa”.

Meus primeiros líderes: meus pais, já que nasci nuazinha como todo ser humano. Foram eles, que com suas ações e palavras exerceram influência nos meus pensamentos e comportamentos. Mas espera ai um pouquinho, então quando eu levava aqueles tapas, puxões de orelha, safanões era porque – não seguia meus lideres. Hum, então significa que desde que nasci nuazinha, minha massa encefálica já tinha uns “querer” diferentes dos meus líderes. Seria discernimento ou teimosia? Mas meus primeiros lideres também deixavam escapar que existia um líder acima deles, pois a cada passo não seguido largavam um refrão - Deus vai te castigar. Opa, como fazer para conhecer melhor esse líder superior?

Como nasci numa família Católica, bem praticante, aprendi através da Igreja, os mandamentos da Lei de Deus, mas aprendi mais ainda na vivência com meu primeiros líderes. Principalmente nas ações de solidariedade (nossa casa parecia um albergue, sempre com as portas abertas para receber parentes e amigos), na simplicidade do viver, na honestidade do ter. Mas percebia que meus líderes não eram lá muito santos. Ah, eles eram só humanos, não eram Deus, nem deuses. Fui crescendo...

Família pobre, querendo ter algumas coisinhas próprias da idade? Vai trabalhar, era a ordem. Foi o que fiz e, com treze anos, conheci o mundo das patroa, sim, com aquela idade e sendo mulher, o trabalho era o doméstico. Tive patroa com características de lideres (ações e palavras que influenciam), que ajudaram na minha formação, mas algumas foram somente patroas, mas mesmo assim serviram como exemplos a não serem seguidos (discernimento). Não lembro do nome de todas as patroas, mas lembro de cada detalhe vivido e posso garantir, passei por momentos meio sinistros, mas passei.

Cheguei no emprego formal, carteira assinada (sonho realizado dos direitos trabalhistas garantidos), dai conheci os chefes. Tive chefes com características de lideres (ações e palavras que influenciam), mas confesso que tive que me puxar muito mais para entender o que os novos líderes queriam de mim e como poderia ou deveria agir, para juntar tudo que tinha sido posto na minha razão, nos meus sentimentos e no meu coração, de modo a não perder o meu ser nem o meu ter (trabalho). Eram muitas variantes, meu mundo das relações estava ficando grande e de novo me veio a importância do discernimento, acrescida da paciência, da vontade, da escuta, da fala, da troca de experiências, do respeito-para-ser-respeitado, tão fundamental na convivência aqui, nesta vida, neste mundo.

E o mundo do trabalho que escolhi me proporcionou conhecer as ciências humanas (essa ciência que pra muita gente é “pura frescura”) e com elas entender o papel dos líderes - chefes, patrões, donos de negócios e até pais. Existem líderes natos, mas também é possível desenvolver habilidades de liderança, basta, basicamente, sabem o que? A pessoa se conhecer e se reconhecer como ser humano. A pessoa conhecer e reconhecer que o fazer se da com as relações, que as pessoas são diferentes mas que o principio e o fim de todas é exatamente igual. É preciso que o líder conheça e reconheça em si o respeito, para que possa com suas ações e palavras exercer influência no pensamento e comportamento do seus liderados. Não adianta um pretenso líder querer vestir seus liderados do jeito que ele pensa, cantar refrões como palavras de ordem, bater palma, bater pé... se não conseguir ter empatia, ter humildade, demonstrar confiança, ser ele e reconhecer o liderado como um parceiro capaz de ajudar na construção.

Nossa, agora me veio outra pergunta: será que consegui ser uma líder, nem que mais ou menos, como mãe?! Sim, porque reconheço plenamente a liderança de meus pais. Não sei eles tinham uma liderança nata ou aprenderam na “marra”, mas gosto dos princípios que eles me ensinaram, principalmente os relacionados aos Mandamentos da Lei de Deus: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo. Eles sabiam fazer bem isso.

Acho que vou parar de espremer minha massa encefálica, ao invés de clarear minhas ideias me vem mais interrogações!

Tânia França
Enviado por Tânia França em 23/08/2019
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