O SER HUMANO NÃO É UM FANTOCHE!
Há muitos anos, quando trabalhava no Shopping Center Lapa, na zona oeste de São Paulo, era muito fácil perceber um rapaz que se vestia de maneira esquisita, como se fosse um hippie, o que circulava sem ponto certo, sem destino pelo interior daquele grande recinto comercial e sempre procurava ser benquisto com todos. E o que se percebia é que quase todo o mundo apreciava o jeito dele e também as suas estripulias, pois sempre encontrava um jeito de chamar a atenção, fazer graça, etc. Até o seu codinome fazia jus ao seu modo de se vestir: hippie. O nome verdadeiro nome ninguém sabia e ele nem fazia questão de saber. Era hippie pra cá e hippie pra lá e assim por diante. Para ganhar alguns trocados sempre estava disposto a dar recado ou fazer favor, ajudando sempre quem precisava, mas não dispensava de maneira nenhum trocado. Ele tinha uma grande vantagem: não bebia nada de álcool e muito menos fumava. Nem cigarros comuns nem outro tipo de droga. Vivia sempre sóbrio e alegre. A sua comunicação era a sua arma, o seu forte. Respeitava todo mundo, brincava com todas as crianças, enfim, aquele hippie era um rapaz que chamava a atenção em todo o Shopping Center Lapa e adjacências. Certo dia, uma dona de loja resolveu fazer um teste: resolveu lhe propor um emprego, mas para isto ele tinha que mudar radicalmente, ou seja, mudar o seu estilo de vida, modo de se vestir, cortar cabelo e ser mais comedido, menos vulgar, à toa. E, por incrível que pareça o dito cujo topou. De uma hora para outra se transformou em outra pessoa, pelo menos, aparentemente. Ficou irreconhecível. Mais apresentável, socialmente. “Estou parecendo gente agora” - dizia o próprio e dava uma risada característica de pouco tempo atrás. Só que esta metamorfose não demorou muito. Trabalhando fixo como segurança de uma loja de brinquedos, dava para perceber que o mesmo estava fazendo um grande esforço para se passar por uma pessoa normal, decente, social, etc. Até que chegou um dia ele mudou de ideia: simplesmente abandou o emprego. Ficou sumido alguns meses até o cabelo crescer e quando apareceu ali já estava com a fisionomia anterior, ou seja, o mesmo hippie, da ndo aquelas risadas e cambalhotas pelo local.
MORAL DA HISTÓRIA: Pode-se tirar uma rã de um lamaçal, limpá-la e coloca-la sobre um trono de rainha que não demorará muito ela encontrará um meio de se jogar novamente no pântano.