Epílogo* (13/06/2019)
Eu não sou melancólico... - Carrego comigo essa desgraçada ansiedade. E essa dor que não consigo descrever, só pode vir da alma. É estranho pensar que depois de mim só haverá o antes de mim... - A morte é tão certeira que sepulta até as lembranças. Nada. Que desfecho seria melhor que esse?. Porém, não há castigo pior que morrer ainda vivo. Não falo em renunciar as coisas do mundo; e, sim, existir com a desventura de cada hora. E o prazer é falso; e as visões são turvas; e as vozes são dolentes. Tentam nos enganar com soluções farmacológicas... - Há também os amores fúteis. Felizes, os ignorantes, que não conseguem enxergar o drama. "Isso é falta de Deus!". E de braços dados com a tristeza, sigo, então, vivendo (perdoe-me a força de expressão), com a impotência declarada de meus dias terminais.