O que fizemos
Ao longo da vida muitas coisas fizemos – e também deixamos de fazer. Bem, eu, por incontáveis vezes, fui ao banheiro. Tomar banho, e fazer as necessidades fisiológicas. Todos fazem isso.
Você também, amigo (a), certamente esteve lá, no banheiro.
Não recordo quantos sapatos usei, quantas camisas vesti. Quantas cuecas, meias, bermudas.
Escovei os dentes, joguei bola, time de botão. Mamãe me beijou bastante. Deu-me surras.
Andei por ruas, comi diversas comidas. Entrei em cinemas, teatros, fui a bares, boates, prostíbulos.
Em feiras e mercados estive. Em restaurantes, em botecos. Fui a igrejas, terreiros de umbanda, centros espíritas.
Bem, não sei se todos foram a estes lugares. Não sei.
Fui visitar amigos e parentes em hospitais. Estive em velórios, em casamentos, formaturas, 15 anos, confraternizações.
Certamente você também deve ter ido.
Fiz a barba muitas vezes. Cortei o cabelo (aliás quem corta o cabelo é o barbeiro). Escrevi em vários cadernos, imagino que você também, caro (a) leitor (a).
Viajei em ônibus, em barcos, canoas, em avião. Poetizei, fiz crônicas, contos. Fiquei em filas. Li revistas, livros, jornais.
Estive em estádios de futebol, piscinas, shoppings, supermercados.
Conheci mulheres, sentei em cadeiras, sofás, em bancos de praça.
Você também, creio. Tomei banho de praia, trabalhei, dormi. Tive muitos sonhos.
Ganhei dinheiro, o gastei. Perdi tempo vendo programas inúteis na TV.
A vida passa, corre. Há tempo ainda para se fazer mais. Aproveitemos, façamos o que de útil houver, aquilo que deixamos de realizar: ajudar quem necessita, doar amor, ser solidário, ser humilde, construir um mundo justo (ou menos injusto). Dar bons exemplos.