Eu amo os meus olhos!
Eu amo os meus olhos!
Estava sozinha no sofá da sala.
Agora que os filhos cresceram e formam cuidar de suas vidas e ficamos, somente o meu marido e eu.
A rotina é constante.
Era noite.
Algumas pessoas já estavam dormindo, mas não passava das vinte e duas horas.
E as cortinas da janela começaram a serem empurradas pelo vento.
Eu ainda não estava com sono.
Fui lá fora ver se ia chover
Já passou a metade dos dias do mês de agosto e parece que o inverno está no fim.
A umidade do ar está muito baixa e tem chovido em algumas cidades mineiras.
No município em que moro ainda não choveu.
As folhas de algumas árvores caíram, ventou, mas foi só isso.
As flores que florescem nessa época estão em embelezando o jardim.
A árvore de Manacá-de cheiro não tem folhas, mas os galhos estão verdes.
A próxima chuva que cair fará brotar algumas folhas novamente.
E começará o novo ciclo, folhas abundantes e flores brancas e roxas exalarão o doce perfume.
Estou cuidando de uma Ixora-rei que morava em uma apartamento num vaso, estava florida. A dona do apartamento viajou e os seus gatos a derrubaram no chão, remexeram a terra. Parecia que ela iria morrer. A jovem mulher a recolocou no vaso e ela continuava triste.
Em um dia que fui visitá-la lamentei o ocorrido e pedi para cuidar da plantinha. Trouxe-a para casa e a replantei no chão, em um canteiro junto com outras plantas. Fiquei feliz ao perceber que a folha que sobrara na ponta da de um dos galhos está ereta e mais verde. E essa semana umas folhinhas começaram a brotar. As suas flores surgem no verão e têm chance de florir esse ano, mas se não florir, estarei satisfeita por ter renascido.
Sentei-me em uma lateral de concreto que cerca o jardim.
Estive observando o luar e percebi
A grandeza de Deus na construção do Universo!
Quão belo é o luar!
As nuvens que cobriam o céu afastaram-se e as estrelas brilham.
A lua é nova, não a vejo.
O vento transformou-se em uma brisa fresca.
E a brisa mistura os meus cabelos e esfria o meu corpo.
Sinto-me parte da criação de Deus!
O barulho de carros na rua diminuiu e ouço o latido de alguns cães na vizinhança.
O meu cãozinho branco, mestiçado deita-se no chão próximo a mim.
Os pensamentos distintos vêm em minha mente.
Nasci por obra de Deus e sobrevivi!
A minha vida nunca foi fácil.
Eu tive alguns problemas de saúde na infância e adolescência, mas fui curada e outros são controlados. Com a idade avançando somente a prevenção e cuidados diários ajudam na boa qualidade de vida.
As alergias, uma fragilidade ao frio às vezes aparecem.
Nada que eu não possa aguentar e superar.
Agora, nesse momento eu só queria pedir a Deus.
Não deixe que eu sofra na minha velhice!
Os meus olhos estão fragilizados, estou me tratando.
Espero recuperar a visão de tal modo que eu possa continuar a ver, enxergar e sentir e beleza da natureza, continuar a escrever e ler e tecer os meus trabalhinhos em crochê.
Eu cito os três verbos porque existem pessoas que vêm e não enxergam a beleza dos seres e das pessoas. Não a beleza exterior, mas a essência de cada um. E sentir através do olhar e gestos como a pessoa é boa e tem a alma pura!
Os animais também transmitem essa paz.
E chega a hora de dormir.
No dia seguinte acordei cedo, mal dormi, porque iria ao hospital realizar mais um procedimento nos olhos.
Mas nem cheguei a ir, foi remarcado, houve um contratempo.
Aguardarei com fé que tudo se resolva da melhor forma.
Que Jesus nos abençoe!
Obs. Comecei a escrever esse texto ontem a noite, antes de ir dormir.