O Estado e as organizações criminosas
Quando uma organização criminosa tem um nome e passou a ser reconhecida como tal, é porque ela já não é mais um bando de criminosos apenas.
A estrutura de uma organização criminosa é um misto de estrutura empresarial e militar.
Ela é uma empresa no setor administrativo e de vendas e um grupo paramilitar no setor operacional.
As organizações criminosas movimentam muita “mercadoria” e dinheiro, por isso, obrigatoriamente precisam de ter uma contabilidade e lugares para guardar seus recursos financeiros.
Eventuais perdas de “mercadoria” podem até estar previstas como risco inerente à atividade, mas a perda de um grande volume de dinheiro pode desestruturar a organização.
O “contador”, esteja ele numa livre ou numa prisão, terá que contar com um fluxo permanente de informações para manter seu livro-caixa sempre em dia e os “escalões superiores” da organização precisam ter contato permanente com o “contador”, estando eles próximos ou não.
Esses cuidados são importantes para que elas não sejam roubadas pelos próprios “funcionários” e ao mesmo tempo, têm que ser muito discretas para que não transpareça nada que possa chamar a atenção dos órgãos de segurança pública.
Somando-se esses detalhes, é fácil perceber que o controle e a guarda de recursos continuem a espinha dorsal e o ponto fraco das organizações criminosas.
Sem entrar em detalhes de como um “contador” estando numa prisão mantêm um fluxo constante de informações e onde comumente as organizações criminosas guardam seu dinheiro, a pergunta que nós cidadãos devemos nos fazer é: por quê isso acontece por anos e anos sem que o Estado atue? Onde estão os servidores que pagamos para que nos livrem desse mal?