Uma Triste Manhã de Agosto***
Não é sobre ter razão... É sobre perdão e misericórdia...
Numa triste manhã de agosto, o Brasil parou diante das telas a espera de um desfecho.
Saldo: uma morte. Menos uma vida, mais uma família que chora.
Poderia ter sido a minha, ou quem sabe a sua.
Antes de mais nada, por favor largue as pedras, essa é apenas uma reflexão sobre como a dor, o medo e as circunstâncias são capazes de nos endurecer e esfriar nosso coração.
Nós vivemos num mundo onde julgar o outro se tornou algo corriqueiro e muitas vezes impiedoso.
O homem fazendo uso da sua liberdade de expressão se tornou juiz de todas as causas.
Há quem julgue o atirador
Há quem julgue o sequestrador
E pasmem... não falta quem também tenha julgado os reféns!
Num mundo onde tudo se consome de forma desenfreada, especialmente o sensacionalismo.
Onde ser verborrágico e polêmico, ter lovers ou haters tanto faz, desde que gere visibilidade, cada um tem sua ótica de justiça.
Após ter lançado mão de todos os protocolos, inclusive os internacionais, talvez aquela tenha sido a única saída para quem tinha o poder de decisão.
Mas, celebrar a morte de alguém não nos faz pessoas melhores, muito menos dignas.
A Palavra diz que o Senhor não tem prazer na morte do ímpio.
Se Ele que é o justo juiz se entristece, que cruel da nossa parte vibrar com uma cena tão degradante.
É certo que muitas vidas foram poupadas, mas, aquela que foi perdida certamente dilacerou o coração de uma família, que no lugar da medida extrema sonhava com a recuperação.
Não houve mérito! Houve apenas um mal necessário diante de circunstâncias tão desfavoráveis para ambas as partes.
Não, eu não estava lá, e nem de longe imagino o sofrimento de cada um deles, inclusive do atirador, que nas mãos não tinha apenas o peso da sua arma, mas, também da vida que poderia tirar com um disparo.
E é exatamente por isso, que considero lamentável certas colocações.
Por esses dias li na página do CS Lewis a seguinte frase:
"Não se torne aquilo que te feriu".
Sabe por que??? Porque quem mais sofre é você e não o outro.
Falamos tanto de Paz, nos julgamos tão bons. Será que realmente somos pacificadores e tão bons quanto pensamos?
Nada justifica os momentos de terror, bem como os discursos de ódio de quem se julga acima do bem e do mal, dono e senhor da verdade absoluta.
Enquanto o homem não olhar o mundo com os olhos de Cristo Jesus, ele continuará atirando pedras, vibrando com a destruição do outro, e buscará no abate a solução, ao invés do conserto e da transformação de caráter.
Enquanto a Terra aquece, o coração do homem esfria na mesma velocidade, e com as próprias mãos vai desconstruindo tudo o que pela Graça recebeu.
A seu modo, cada um aperta o gatilho
Fico feliz pelo livramento dos reféns.
Lamento pela vida que não pôde ser transformada, pela família que chora, e porque muitos ainda não entenderam a Mensagem da Cruz.