Mentalidade tipo justiceiro
Acho um absurdo e uma irracionalidade a mentalidade tipo justiceiro. Ela simplesmente anula a razão, o processo legal e recorre a tal justiça pelas próprias mãos. O justiceiro tem a mesma mentalidade do miliciano e dos seus alvos, no caso a marginalidade ou simplesmente adversários. Quem possui a mentalidade tipo justiceiro sente até orgasmo e todo tipo de prazer na prática da justiça ou da maldade pelas próprias mãos. Ele celebra a violência. Tem mais: estamos assistindo uma espécie de ascensão da mentalidade justiceiro até por arte de autoridades que estão publicamente ao vivo e em cores celebrando a morte de marginas e desequilibrados. Fazem até, pasmem, gestos de quem ganhou uma Copa do Mundo.
O pior é que esse tio de reação só gera violência. O estado, as instituições, as autoridades não podem ter e nem demonstrar escancaradamente essa mentalidade tipo justiceiro. Não é nada cristão e atenta contra o bom senso. A alternativa que envolve perigo à vida de pessoas, a necessidade de se alvejar um sequestrador, por exemplo, deve ser a última alternativa depois de se procurar oura saída. E quando isso tiver que ser tomado, mesmo com êxito, não d=se deve celebrar a morte do sequestrador como, repito, se tivesse ganho uma copa do mundo. Não se celebra a morte, às veze até de marginais desequilibrados. Deve-se avaliar a medida e até sentir alívio mas sobriamente, lamentando a alternativa extrema. No nosso caso é preciso que se diga não se trata nem de terroristas mas, quem sabe, de pessoas levadas à marginalidade e à loucura por falta de políticas públicas. Não é cristão celebrar a morte.
Fazer o que fez o governador do Rio, comemorando escancaradamente o fuzilamento de um sequestrador desequilibrado, postura diferente da do comandante do Bope, é um tipo de mentalidade justiceiro explícita. Um absurdo. Inté.