Barco furado

Quando pelas quinze horas do último dia desse mês, Antônio era um marujo devoto da virgem santíssima e levava a imagem em cada lugar que passava todos os portos de cais. Passou por São Paulo, foi em todo o acostado brasileiro. Ia com seu terço mariano rezando de oração em oração de mistério em mistério. Rezava o terço doloroso, gozoso, luminoso e glorioso. Rezava pela mulher de sua vida, Aurora. Com coração contrito e cheio de chagas. O amor de Antônio era uma paixão antiga e amistosa em caráter fidedigno de coragens sem medo e de corpos cálidos em fé. A vida que ele vivia era doce e terna e o amor por Aurora era cada vez mais belo. O sentimento de paz que habitava no coração deste homem era excelso em praticar a alegria em ser de Jesus e de ter um coração puro, singelo e nobre. O carinho que ele tinha por ser marujo era intenso e crivado de problemas. Mais de uma vez foram assaltados por navios piratas e levavam tudo o que tinham. Da última vez levaram quinze toneladas de soja e de café. Levavam e batiam em todos os tripulantes e o capitão fora poupado de morrer. Não queriam matar apenas assaltar. E o coração de Antônio batia às alturas e com alvor de se sentir lesado o amor procurou rezar mais pelo seu barco e não mais assaltado foi o encouraçado Nossa Fé é Nossa Senhora de Nazaré. E nunca mais fora assaltado, todos os que olhavam o nome fugiam correndo e não mais foi assaltado o barco. Certa vez o barco rachou-se numa rocha submarina e abriu uma fenda no casco do navio e todos se puseram de expectativa em consertar o barco com a face furada, e consertaram. O amor pela embarcação era sagrado, pois era o meio de sustento dos funcionários do navio. Antônio completou hoje, dez anos como marujo e passou o tempo inteiro rezando pela tripulação, contavam em numero de trinta e nove tripulantes, nenhum passageiro. O coração que se mostra servil a Deus agrada os ouvidos celestes de Divino Pai. Antônio no dia atual está internado em um hospital tratando um escorbuto adquirido no navio por uma longa viagem feita sem ter feito boas refeições e alimentava-se mal por rezar demais. Mas graças às orações dele o navio se salvou de ser saqueado sete vezes e tinha mais graças e bênçãos recebidas até ele. O médico orientou ele ficar quinze dias de cama e voltar a trabalhar e se alimentar direito quando ao navio voltasse. O Antônio depois que saiu do hospital casou-se com Aurora e tiveram depois de dez meses um menino sadio e santo como o pai. Com coração devoto a virgem santíssima Antônio rezava todos os dias até Deus Pai com fervura de fé caridosa e amorosa. E a alma gêmea de Antônio era a vida eterna e ela a dele. Com coragem de agarrar o evangelho com destreza e candura, o amor maior se manifesta em verter corações em orações. E os sentimentos mais sadios e nobres são os dons do amor e da vida eternidade e com carisma da mansidão da palavra e do amor recorrente a misericórdia de amar e se amado. Amar.

Gumer Navarro
Enviado por Gumer Navarro em 19/08/2019
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