Reportagem infeliz

Sou defensor intransigente da liberdade de imprensa. Mas entendo que ela precisa obedecer a alguns parâmetros, e um deles é respeitar a vida particular das pessoas, não se aproveitando de fatos inerentes a sua privacidade para fazer jornalismo sensacionalista, a chamada imprensa marrom. Vejam bem, a revista Veja foi um baluarte na defesa da democracia, dos direitos humanos e da liberdade durante a ditadura. Principalmente quando foi dirigida por Mino Carta. Depois começou a decair e ficar parcial, perdeu a independência.

Ontem logo na capa trouxe uma chamada para uma matéria que julguei infeliz e cruel. Dizia a chamada: "Pesadelo Familiar: avó traficante, mãe acusada de falsificação e tio miliciano. Essa a explicação para a distância que Michele Bolsonaro impõe as parentes".

Nessa matéria a revista dz que a avó da primeira-dama, Maria Aparecida. de 79 anos, cardíaca e que sofre de parkinson e mora numa faela miserável de Brasília, conflagrada elo tráfico estaria com problemas de saúde e, inclusive, vagando pelos corredores de um hospita, sem nenhum tipo de ajuda. Diz ainda que essa avó da primeira-dama nem sempre foi uma idosa doente, mas que até os 55 anos fora traficante de drogas e, inclusive, presa e condenada. Conta toda a história da mulher. Vai além e diz que a mãe da primeira-dama foi acusada de falsificação de documento. Mais: que o tio um sargento reformado era miliciano e estaria preso. Daí a distância que Michele Bolsonaro imporia aos familiares. A avó que ajudou a criá-la e a mãe não teriam sido cnvidados para a posse, apenas o to (o miliciano que está preso) fora ao evento.

Admito que a primeira-dama talvez tenha errado em não ajudar principalmente a avó que estaria completamente abandonada segundo a matéria da Veja. Uma fraqueza humana. Mas é preciso se preservar a intimidade das pessoas. Esse assunto não deveria ter chamada de capa de revista. Foi apenas sensacionalismo. Errou a revista. Apenas foi cruel com a primeira-dama. É o tipo de matéria que não constrói nada. Não ajuda sequer dona Aparecida.

Nao estou defendendo a primeira-dama nem justificando uma fraqueza dela (não se ouviu suas justificativas), mas tenho horror a jornalismo marrom. Acho covardia, oportunismo e crueldade. Mino Carta jamais permitiria na publicação desse tipo de matéria. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 18/08/2019
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