Parece ter sido em outra vida...



 
        Parece ter sido em outra vida, tantos anos faz... A saudade desesperava e então eu ia ao bar ao lado do edifício onde trabalhavas. E ficava lá, tomando café, chope, comendo um lanche, as vezes durante horas, esperando que, por algum milagre, de repente saísses. Eu não iria ao teu encontro, bastaria ver-te... ver-te... sem que me visses. Bastaria ver ao vivo o teu rosto, o teu rosto sempre a ultima imagem do dia antes de adormecer e a primeira do dia ao acordar. Bastaria, como sempre. Jorge ainda não havia surgido, ainda não. Jorge, o grande divisor das aguas, aquele que o tempo revelou ser o necessário divisor das aguas. A vida foi o que precisava ter sido e ser, o que precisava ter sido e ser, Amigo meu. Nada mais, nada menos. A vida...

 
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