OS DIAS NÃO ERAM ASSIM
No início da década de sessenta, disseminou-se a ideia de que o Brasil seria uma mera colônia dos Estados Unidos da América, os verdadeiros inimigos de nossa pátria, causadores da pobreza e atraso. Se havia algum culpado por tudo o que ocorria por aqui, era o império do Norte, que nos empurrava bugigangas e obstruía o nosso progresso. Atribuir a outros a causa de nossos erros e incompetência é uma maneira fácil de fugir às próprias responsabilidades.
Com a revolução de 64, exigida pelo povo defronte de uma ameaça comunista, a ideia de que tudo fora um engendro imperialista se expandiu nas mentes dos jovens universitários, catequizados por pensamentos extremistas nas salas de aula.
E começaram a surgir os pseudo-heróis nos centros acadêmicos, comunistas travestidos de patriotas, que mais queriam chegar ao poder para vendê-lo a preço baixo aos verdadeiros inimigos das liberdades individuais, os quais todos bem sabemos quem são. E lá se foram treinar na Rússia, em Cuba, na China.
Naquela transição, os militares ficaram mais tempo do que deveriam no poder, possivelmente encantados com as benesses daquela novidade, até que se o abriu àqueles jovens “patriotas” exilados, que para cá voltaram, a construir uma democracia doentia ; e hoje vemos como ficou.
Os tergiversadores continuam por aqui, nos palanques, púlpitos, sempre a enganar a todos, dizendo-se defensores dos pobres, dos quais tiram os votos, depois o futuro, a esperança, e, muitas vezes, a vida.
A opção pelos pobres por parte dos impostores significa tirar-lhes dinheiro, através de impostos, inflação e corrupção, em troca de miséria, falta de segurança, saneamento, educação e saúde.
Através de poderosos mecanismos de informação, complementares às mídias eletrônicas e impressas, a realidade de um processo político anacrônico e corrupto se descobre aos olhos dos jovens brasileiros, que querem mudanças, e se rebelam contra aqueles fariseus, alguns deles encarcerados, outros a caminho; entenderam que sem liberdade de realizar, criar, agir e trabalhar, não existe futuro; e a única forma de combater a corrupção e a violência é o uso da inteligência, da boa convivência.
Antes e depois da mentira, se erguerá a verdade.
Não há maior liberdade que a de pensar.
O Brasil se reconstruirá
Escrito por: Nagib Anderáos Neto