Discrepância (ou quando já não nos vemos humanos)
E se as coisas fossem diferentes, disse o homem que caminhava entre a multidão. Falava com um amigo que não estava confirmado com as coisas que via todos os dias pro seu trabalho. É inconcebível, meu caro, que ainda hoje há pessoas dormindo pelas calçadas, debaixo de pontes e viadutos. É humano crianças sem chance de viverem sua infância? E os velhos, coitados, largados a própria sorte, como se fossem pesos mortos, a espera da morte! Não é humano isso! O outro que estava a seu lado, nada dizia. Balbuciava um .... é.....E assim, caminhavam. Cada qual absorto no seu pensamento. Chega o ônibus. Cada um segue seu caminho. Sabem que amanhã comerão marmita fria e erguerão mais um andar do edifício no bairro nobre.