Metas de meio de ano
Chega o final do ano. Época de festejar, comprar, confraternizar e viver breves dias de ode ao capitalismo enquanto esquecemos, convenientemente, que janeiro é mês de IPVA, IPTU e material escolar.
O fim de ano também é marcado por um ritual (opcional) interessante: fixar metas para o ano seguinte. Difícil saber como isso começou, mas é quase impossível sobreviver a uma ceia de natal ou jantar comemorativo sem ouvir:
"Vou aproveitar hoje, porque ano que vem minha meta é perder x quilos"
Pouco importa se "o ano que vem" é daqui a algumas horas. A meta já está estabelecida.
"Vou parar de fumar!"
"Vou parar de beber!"
"Vou estudar para concurso!"
Não duvido da sinceridade de tais resoluções, mas é impossível não enxergar a ingenuidade dos promitentes. O mero transcurso do tempo não muda seus hábitos ou controla seus vícios. Quem quer mudar muda hoje, não ano que vem.
Ainda assim, cético da utilidade dessas resoluções, escolhi doze metas para esse 2019. Coisas práticas, objetivas. Uma missão a ser cumprida por mês. Julgava estar indo bem até que, em julho, decidi revisá-las.
O resultado? Não cumpri nem metade do estabelecido. Curiosamente, fiquei surpreso, apesar de já saber que essas resoluções são fadadas ao fracasso.
Mas sem problemas, isso prova meu argumento que as metas anuais são supérfluas.
Agora, vou aproveitar o que me resta desse 2019 e trabalhar nas minhas novas metas de meio de ano.