"Quem diz o que quer, ouve o que não quer"
Li ontem na imprensa, inclusive na Veja, matéria sobre o principal candidato peronista à presidência da Argentina, Alberto Fernández que agradeceu ao ex-presidente Lula pela mensagem de apoio enviada após a vitória da oposição na rimária realizada no seu país no úlltimo domingo.
Segundo a mesma matéria Fernández comentou em entrevista de TV os ataques de Jair Bolsonaro à sua candidadura e disse que 'celebra' ser criticado pelo atual chefe de estado brasileiro, que definiu como "Um fascista, um misógino e um violento que é a favor da ditadura".
Não é preciso desenhar que o argentino fez esse desabafo porque foi provocado. Nenhum outro chefe de estado se manifestou contra o resultado dessa eleição. Foi uma decisão do povo argentino, em eleição livre e democrática. Cumpre, pois, respeitar o resultado, assimilar a decisão dos argentinos.
Quando li essa matéria com a manifestação de Fernández, revidando à provocação de Bolsonaro, ne lembrei de um ditado que minha saudosa avó paterna sempre repetia: "Quem diz o que quer, ouve o que não quer". Como se pode condenar a resposta do argentino?
Na democracia precisamos respeitar as decisões, principalmente os resultados de eleições livres e democráticas. Até Macri respeitou. Quanto a Argentina, é um país ´sério, que tem um IDH melhor que o nosso, educação de melhor qualidade, possui quatro prêmios Nobel, é forte nas artes e na cultura e, importante, processou, prendeu, julgou e mandou para a cadeia todos os torturadores e responsáveis pela tortura, inclusive generais, enquanto aqui o presidente promove um torturador a herói nacional. Respeitemo los hermanos. Inté.