Vício Arretado
Tenho um amigo que sempre me diz que os juristas de hoje são muito inferiores aos de antigamente, principalmente os da década de sessenta. Conhece história deles. Possui várias pastas com recortes de jornais, revistas e outras publicações sobre os juristas do assado, além de cópia de pareceres, votos e livros sobre aqueles juristas. O interessante é que esse amigo não é advogado mas professor de português. Sempre digo a ele que errou de profissão. Mas fico em dúvida porque é excelente professor.
Bom, estou falando nisso porque ontem, tomando um cafezinho com o amigo, ele me disse que um dos maiores juristas do Brasil em todos os tempos foi Evandro Lins e Silva, nascido no Piauí. E contou muita coisa sobre a cultura, independência, coragem e a vida profissional desse saudoso jurista, que ocupou vários cargos, até chegar ao Supremo Tribunal Federal de onde fi retirado pelo Ato 5 da ditadura militar. O amigo afirmou que o maior compromisso desse jurista era a a defesa da liberdade. E citou uma frase que achei arretada do ministro: "Eu tenho o vício da liberdade!". Repetiu algumas vezes, e eu anotei na minha caderneta. Adorei a frase. Ela resume o compromisso que deve ter todo jurista. Não só aplicar a lei mas ser susceptível ao sentimento da liberdade.
Com certeza não ha mais juristas como Evandro Lins e Silva. Inté.