A beleza* (04/07/2019)
A beleza nunca foi soberana... - Embora intervenha em todos os lugares, como diz Hegel. Ela carrega o peso da maldição. Se não há beleza na falência dos tecidos (Que é o preço que se paga pela vaidade), é porque a depreciação física, o escatológico... São o que são: um processo de esfoliação humana.
A maquiagem é química, industrial... Não é um conflito espiritual, sempre foi de poder. E hoje passou a ser um negócio, aceitação. A beleza dói.
A ordem é durar o tempo que durar a ilusão. E essa verdade acaba sendo o elixir do mundo... - E que se mutile o corpo, em provocação. Todos querem parecer eternos. E na efemeridade da vida, isso é também um contrassenso. Bastava um exercício mental...
Essa relação de faxina às avessas, só reforça a insignificância que há em nós. E é também uma resistência à maturidade, um escudo de feios e belos que são a mesma coisa.
A busca pela beleza inábil é, ritualisticamente, um abuso moral. A única utilidade é sermos o prato de entrada. O que há é uma representação, característica da brevidade.
Não há razões para se desconfiar da ordem natural das coisas. Ela é uma metamorfose que se manifesta em cada canto da natureza e principalmente no coração do homem.
A beleza está nos olhos de quem (se) vê. O espelho é só uma distração...