YN, moradora de rua
Andava na rua, um domingo, fim de tarde. Um rapaz aproximou-se, trazia uns jornais.
Me disse: ---- Boa tarde, amigo. Sou ex-morador de rua, trago estes jornais, eles tratam desse problema grave, de morar na rua. Tem alguns depoimentos de cidadãos nessa situação. Qualquer ajuda serve.
Dei-lhe um real.
Me agradeceu, foi embora. Em casa li o jornal. Achei interessante o que uma jovem contou. Suas iniciais (do nome): Y.N.
De família pobre, passou a vender bombons. Depois entrou na prostituição, faturando bem mais que com os bombons.
Era também dependente química.
Certa vez conheceu um homem. Foram para o motel, passaram lá 4 dias.
O parceiro igualmente fazia uso de drogas. Estava com R$ 5 mil.
YN ia comprar a droga e nos quatro dias gastou quase todo o dinheiro, pagou a despesa do motel. Ficou com R$ 150.
Foram embora. Seguiram para um bairro periférico, onde gastaram o que sobrou com drogas.
----- Era noite, ele quis fazer sexo e fomos para o mato, a um lugar ermo. Ali o homem tentou me matar, me enforcando, pensei que morreria naquela noite.
A jovem pediu a Deus para livrá-la daquele seu parceiro, desconhecido, drogado.
Ele a largou, saiu correndo, foi embora. YN se salvou. Parou com as drogas – e está frequentando uma igreja.
Essa população – das ruas – está aumentando, nos quatro cantos do país.
Aumenta por causa da concentração da renda, segundo pesquisas econômicas.
Quase todos são usuários de drogas, sujeitos aos perigos, inclusive de morte. O perigo triplica durante a noite/madrugada.