De tudo que há na terra, as crianças são uma fonte inesgotável de sensibilidade e carinho, raras exceções. São as elas, na simplicidade, que revelam suas verdades sem se preocupar com o termômetro social; que brincam e se alegram com argila, como se fosse ouro; que abraçam, beijam, demonstram cuidado sem se preocupar em não parecer “piegas” e, claro, são a simbologia mais precisa de que alma pura existe, quando Jesus Cristo diz nas escrituras: deixai vir a mim as criancinhas!
Na celebração do dia dos Pais, lembrei-me de uma história que marcou minha vida sobre a visão da criança em relação à paternidade e a pureza de suas ações. Sofia era um tipo singular. Seis anos, corpinho esquelético e adorava fazer penteados no cabelo. Coques, fios soltos, laços brilhantes e tudo sistematicamente montado para ficar bela, feliz, (assim dizia). Quando sua mãe a levou para ajudar escolher os presentes para o avô e também para o pai, ela parecia deslocada, não gostava de nada e estava triste, a mãe indagou sobre o que a havia entristecido e ela prontamente respondeu: Eu acho injusto comprar presente apenas para o meu pai e avô que estão na terra, quero também levar um presente para o vô que está no céu. Supersticiosa que era, a mãe já foi logo cortando por medo de que rendesse o assunto e dissesse querer ir pro céu (Deus me livre, dizia ela): - Como assim filha? Como levar presente no céu para o seu avô? A criança já impaciente com as perguntas, respondeu: - Mãe, não. Você está doida? É no cemitério, onde ele está enterrado. E sabe o que vou fazer? Vou criar um buquê de flores muito lindo, com as que tem no sítio onde o vovô morou, as árvores que ele plantou, acho que ele vai ficar mais feliz, se souber que continuo cuidando das flores dele...
Talvez seja essa a grande beleza que passa despercebida nas relações de consumo que se ancoram as datas comemorativas: quando se admira, sem respeita o outro, enxerga, e percebe o que de fato faz diferença.
As relações afetivas entre pais e filhos estão cada vez mais rasas. Um amor líquido prestes a derramar a qualquer movimento ou pressão. O tempo e a materialização dos desejos e potencial deram lugar ao trabalho intenso (sem exceções) para garantir um futuro material, uma educação particular de qualidade, a satisfação pessoal no outro: o que me faltou, não faltará ao meu filho... Os pais, por vezes, usam a bengala da realização profissional como mola esquecendo-se que a realização enquanto ser, pessoa, é tão urgente quanto.
No Dia dos Pais, que tenhamos nós coragem de carregar os sonhos deles no colo, mesmo que não possamos comprá-los com dinheiro. Abraçá-los, beijá-los, rir como forma de expressão e sentir o coração palpitar juntos sem receios. Viver cada momento como se fosse o último.
Já os pais que tramitam no pólo negativo (ainda não compreenderam a onda), desejo que toque neles, em tempo, a campainha do afeto, antes tarde do que nunca. Ou uma picada da mosca da responsabilidade ou ainda um choque de realidade.
E que este dia seja a meta onde o alvo seja o amor. Você continua cultivando as flores de seu pai? Quiçá...
Na celebração do dia dos Pais, lembrei-me de uma história que marcou minha vida sobre a visão da criança em relação à paternidade e a pureza de suas ações. Sofia era um tipo singular. Seis anos, corpinho esquelético e adorava fazer penteados no cabelo. Coques, fios soltos, laços brilhantes e tudo sistematicamente montado para ficar bela, feliz, (assim dizia). Quando sua mãe a levou para ajudar escolher os presentes para o avô e também para o pai, ela parecia deslocada, não gostava de nada e estava triste, a mãe indagou sobre o que a havia entristecido e ela prontamente respondeu: Eu acho injusto comprar presente apenas para o meu pai e avô que estão na terra, quero também levar um presente para o vô que está no céu. Supersticiosa que era, a mãe já foi logo cortando por medo de que rendesse o assunto e dissesse querer ir pro céu (Deus me livre, dizia ela): - Como assim filha? Como levar presente no céu para o seu avô? A criança já impaciente com as perguntas, respondeu: - Mãe, não. Você está doida? É no cemitério, onde ele está enterrado. E sabe o que vou fazer? Vou criar um buquê de flores muito lindo, com as que tem no sítio onde o vovô morou, as árvores que ele plantou, acho que ele vai ficar mais feliz, se souber que continuo cuidando das flores dele...
Talvez seja essa a grande beleza que passa despercebida nas relações de consumo que se ancoram as datas comemorativas: quando se admira, sem respeita o outro, enxerga, e percebe o que de fato faz diferença.
As relações afetivas entre pais e filhos estão cada vez mais rasas. Um amor líquido prestes a derramar a qualquer movimento ou pressão. O tempo e a materialização dos desejos e potencial deram lugar ao trabalho intenso (sem exceções) para garantir um futuro material, uma educação particular de qualidade, a satisfação pessoal no outro: o que me faltou, não faltará ao meu filho... Os pais, por vezes, usam a bengala da realização profissional como mola esquecendo-se que a realização enquanto ser, pessoa, é tão urgente quanto.
No Dia dos Pais, que tenhamos nós coragem de carregar os sonhos deles no colo, mesmo que não possamos comprá-los com dinheiro. Abraçá-los, beijá-los, rir como forma de expressão e sentir o coração palpitar juntos sem receios. Viver cada momento como se fosse o último.
Já os pais que tramitam no pólo negativo (ainda não compreenderam a onda), desejo que toque neles, em tempo, a campainha do afeto, antes tarde do que nunca. Ou uma picada da mosca da responsabilidade ou ainda um choque de realidade.
E que este dia seja a meta onde o alvo seja o amor. Você continua cultivando as flores de seu pai? Quiçá...