A morte da vida banal* (11/07/2019)
Vejo corpos mutilados, todas as vezes em que folheio os jornais. É a reprodução do fato, quase sempre de enredo banal. Vermes pululando o escatológico anônimo... - E as rotativas a todo vapor.
A certeza de que serei festejado nas páginas de um tabloide, em forma de retrato. E isso é tétrico. O papel amarelando, mofando... – É o esforço que faz as letras para fugir dali. As mesmas letras que descreverão a mentira (lacônica) do que eu fora.
A minha vida, em três ou quatro linhas sensacionalistas. – Um processo semelhante ao da putrefação... – Embora os contadores de histórias devorem antes a consciência do mundo. E se é assim, uma certeza... – prefiro me apegar à dúvida. Quanto ao esquecimento? Não há consolo melhor. Ele se encarregando da reminiscência dos estúpidos – E os tipos que inventei sendo enterrados comigo. Aguento-me, ainda... - Só não sei até quando.