CONFISSÕES DE UM EX-BOCA LIVRE

Aprendi com a tal Profa. Vida, através de duras lições, a pensar 10 vezes antes de soltar palavras pela boca, por mais simples e descompromissadas que fossem. Foram mais de 50 anos tomando porrada, quebrando a cara e ficando cheio de arrependimento/remorso pelos comentários emitidos. Poderão dizer que pirei de vez assumindo uma postura cheia de cautela e cuidados mil. Nada disso. Perdi a conta das vezes em que, numa inocência idiota, eu botava pra fora o que vinha à cabeça, sem aplicar nenhum critério ou filtro. O meu entorno - familiares, amigos, colegas, clientes etc. - muitas vezes não esboçava reação imediata, se fazendo de besta até, dando a entender que não deu muita bola para o que eu disse. Doce ilusão. Depois vinha o temporal em resposta ao que fora dito na boa, de coração aberto e alma limpa. Hoje antes de falar eu penso (pode crer!) em duas coisas básicas: 1) Como a pessoa vai receber/entender/reagir/interpretar o que estiver ouvindo de mim. 2) Quais as reações/represálias/efeitos que poderão ter a partir do que eu disser. Esse processo é realizado em fração de segundos, de forma que a pessoa com quem estou conversando nem perceberá que está rolando esse esforço interno. Resultado: 1) Estou evitando problemas posteriores a granel. 2) Consigo administrar melhor minhas relações pessoais, familiares, sociais, profissionais etc. Vale lembrar que essa estratégia vale também pra mensagens escritas (inclusive pra esse texto que você está lendo agora). Uma coisa posso garantir: esse ex-boca livre vai ser bem mais feliz com esse procedimento. Pode crer.

Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 08/08/2019
Reeditado em 08/08/2019
Código do texto: T6715810
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