CRÔNICA
ALGUMAS REFLEXÕES SOCIOLÓGICAS ENTRE BRASIL E ESTADOS UNIDOS
Estou lendo o livro “A TOLICE DA INTELIGÊNCIA BRASILEIRA – Ou como o país se deixa manipular pela elite”, de Jessé Souza, e desejo expressar minhas reflexões jornalísticas sobre o pensamento da sociedade brasileira da atualidade, sob o ponto de vista filosófico e políticos do liberalismo conservador que domina o modus pensante brasileiro contemporâneo.
Segundo o autor nessas cinco reflexões, estes pressupostos:
1, A idealização dos Estados Unidos como uma espécie de “paraíso na terra”, com justiça social e igualdades de oportunidades, com o protestante pré-capitalista, e, portanto, “mítico”, servindo de contra ponto crítico da situação brasileira;
2. O homem cordial brasileiro como um ser genérico de todas as classes, emotivo, prisioneiro das paixões do corpo, e, portanto, moralmente inferior, indigno de confiança e tendencialmente corrupto;
3. O amálgama institucional do homem “cordial” na noção de “patrimonialismo” apenas estatal, que servirá mais tarde para a contra posição entre mercado virtuoso e estado demonizado;
4. A criação de um caminho alternativo universalizável para toda a nação: Um anti estatismo sob a condução dos interesses de mercado do Estado de São Paulo;
5. A construção de uma ideologia antipopular, concebida como uma crítica ao populismo, que, equivale a um racismo de classe, e, que, perpassa também toda a sociedade.;
Dessas reflexões acima, o autor chama de “síndrome conservadora” do brasileiro pensar o modus vivendi avesso ao verdadeiro debate e à crítica de ideias.
A cultura do patrimonialismo brasileiro, apegado nas semelhanças com o “paraíso norte-americano”, faz do “liberalismo” um relacionamento entre o Estado corrupto, e, o mercado como o paraíso que, se opõem a ele. O perfil do brasileiro, apresentado pelo autor, com nuances de cordialidade, paixão, sensualidade, bom moço, bem diz das verdadeiras características do homem do Brasil. Em contra ponto com o ianque protestante, sisudo, impessoal, ascético e democrático, desnuda o gênese da formação cultural, política e econômica das duas sociedades.
O homem norte americano tem do Estado mordomias como a plenitude do consumismo, que, lhe propicia uma vida farta a preços módicos... Já o brasileiro, hostiliza o Estado corrupto e fica refém a um tipo de consumismo escravocrata, que o submete aos preços injustos na relação oferta e demanda.
Os perfis culturais do homem americano e brasileiro herdaram, respectivamente desde suas colonizações, o modelo, “protestante” do primeiro e da escravidão no segundo! O comercio, e, a liberalidade política influenciam na formação do povo americano dos USA, que, formataram seu caráter (impessoal e ascético)...
O homem brasileiro, da miscigenação (brancos com negros, índios e escravos) formatou seu caráter, tido pelo autor (dócil, atencioso, receptivo, cordial, sensual...) mas, “sensivelmente tendencioso à corrupção”!
Daí, a explicação das hostilidades entre a opinião pública, e, seus representantes do Congresso, modelados pela corrupção endêmica, além de ser ainda, a doença predominante nas relações entre os indivíduos como sua natural cultura!
Jose Alfredo